Fidelidade: A gestão de talento como factor de sucesso

Também nas seguradoras o talento desempenha um papel crítico no ambicionado sucesso. E numa altura em que esse talento escasseia, geri-lo de forma correcta é importante.

 

A Fidelidade apresenta-se como uma das principais promotoras da transformação do mercado segurador. Com mais de 200 anos de história, a empresa lembra que o futuro e a sustentabilidade da organização apenas se consegue alcançar através das pessoas. Por isso, promove mecanismos de desenvolvimento e crescimento dos seus talentos, reforçando a aprendizagem contínua através da uma academia de formação, preparando as lideranças para serem promotores do crescimento das suas equipas, fomentando novas experiências e desafios através de programas de mobilidade interna e investindo para que as pessoas se sintam bem, seguras e acompanhadas. Em entrevista à Human Resources, Frederico Contreiras, Talent & Development manager, explica a estratégia de Gestão de pessoas da Fidelidade.

 

Qual a abordagem da Fidelidade para identificar e atrair talentos?
Apostamos na diversidade, que nos traga novas formas de olhar para os temas e complementá- las com o conhecimento e experiência que temos dentro de portas. Procuramos pessoas que queiram vir trabalhar para uma casa com um propósito, «para que a vida não pare», que se traduz na forma como fazemos acontecer no dia- -a-dia. Temos estratégias activas de comunicação da nossa marca empregadora, quer de forma mais transversal, nas redes sociais, quer de forma mais directa junto de associações, academias e parceiros.

Trabalhamos de forma próxima com as academias, apoiando as novas gerações a decidirem com melhor informação as suas opções de futuro. Exemplo disso são os programas de literacia financeira que desenvolvemos junto de estudantes, e o patrocínio na participação do simulador de gestão Global Management Challenge que a Fidelidade oferece a turmas de estudantes.

Por outro lado, os programas de estágios, que visam proporcionar uma experiência de trabalho e aprendizagem concreta aos trainees que recebemos anualmente nestes programas. Como o programa Fidelidade Boomerangs, onde recebemos 20 estagiários por 10 meses, para, junto com as nossas equipas, aprenderem o que é a Fidelidade. No final do Programa, os Boomerangs recebem um “passaporte” que lhes permite ficar no nosso radar de talento, existindo a flexibilidade de escolher entre ficar – caso exista interesse mútuo –, ou ter outras experiências fora do Grupo Fidelidade (ex.: continuação de estudos), podendo regressar à organização num prazo de dois anos, mediante as vagas em aberto.

 

Quais os principais desafios da atracção de talento no sector dos seguros?
A atracção de talento é um desafio crescente e não se prende exclusivamente ao sector de seguros. A Fidelidade compete por talento do sector, mas igualmente de outros sectores. A complementaridade cada vez maior que temos de soluções de protecção que extravasam o mundo dos seguros posiciona-nos num mercado de talento mais abrangente. Igualmente, a nossa pegada internacional mais alargada e o facto de cada vez mais o talento estar disponível a uma escala global, leva-nos a competir por talento num mercado além-fronteiras.

Como exemplo da forma como trabalhamos para identificar e atrair talento, destaco o programa Be a Scout, que consiste num processo através do qual os colaboradores do Grupo Fidelidade Portugal têm a possibilidade de referenciar pessoas para trabalharem connosco, serem recompensados financeiramente por isso e poderem contribuir para o crescimento do negócio.

 

E como é que a Fidelidade está a trabalhar para não deixar “fugir” o talento?
Mais do que não deixar “fugir” o talento, a nossa preocupação é que se sintam bem enquanto estão connosco. Por isso apostamos na melhoria da experiência das pessoas, colocando-as no centro da definição e execução da gestão de talento. Esta gestão acontece desde o momento em que as atraímos. Uma das grandes prioridades da organização é fomentar o crescimento das mobilidades internas de forma a potenciar novas experiências, o ganho de novas competências e o crescimento das nossas pessoas.

 

Quais são os programas de formação e desenvolvimento que estão disponíveis na Fidelidade?
Uma mentalidade de aprendizagem contínua é um factor-chave para o sucesso individual e colectivo. Por isso, o Grupo Fidelidade criou, em 2019, a Academia WEVOLUTION, o centro de conhecimento e de aprendizagem do Grupo, onde cada pessoa, em conjunto com a sua liderança, define o seu percurso de evolução e crescimento pessoal e profissional, e todos evoluem enquanto Fidelidade. Dentro da Academia WEVOLUTION, lançámos, no ano passado, a Escola Digital e a Escola de Liderança, focadas no desenvolvimento de competências fulcrais à Organização. Na Escola Digital, a aposta passa por capacitar as nossas pessoas nas ferramentas, tecnologias e conceitos digitais, de modo a retirarem da tecnologia o melhor para as suas funções. Na Escola de Liderança, queremos ajudar os nossos líderes a melhor executarem o seu papel de apoio às suas equipas. Além do lançamento destas duas escolas, a Academia WEVOLUTION disponibiliza um catálogo de formação diverso, englobando os temas de Cultura e Desenvolvimento Pessoal, Foco no Cliente e Saber Fazer, de modo a capacitar as nossas pessoas nas diferentes vertentes necessárias ao seu crescimento.

 

Uma boa gestão de talentos tem impacto directo na produtividade da empresa?
Uma boa ou má gestão de talentos terá sempre um impacto directo na produtividade. É através das pessoas, do seu talento, características e entrega que a organização consegue atingir os seus resultados. Além da importância que uma boa gestão de talento tem no alinhamento das pessoas certas, nos lugares certos, com as competências certas é também uma alavanca fundamental para que as pessoas se sintam reconhecidas, acompanhadas e desenvolvidas. Com uma correcta integração das componentes de avaliação, desenvolvimento e retribuição criamos condições para que cada pessoa consiga crescer profissionalmente, contribuindo para o crescimento da organização.

 

Como é que a Fidelidade avalia o desempenho e a satisfação dos colaboradores?
O nosso Modelo Integrado de Gestão de Talento do Grupo Fidelidade, FYOUTURE, é um instrumento construído para apoiar e orientar o desempenho e desenvolvimento de cada uma das nossas pessoas, clarificando responsabilidades e contributos para os resultados da empresa, apoiando, assim, a implementação da estratégia e cultura desejada. O FYOUTURE é um modelo composto por três pilares – Performance, Desenvolvimento e Potencial –, tendo todos, enquanto colaboradores, um papel fundamental nos dois primeiros, através de acções e calendários específicos. Este modelo pretende diferenciar a performance individual e de equipa, reconhecendo os que mais contribuem para os resultados, e criar mecanismos que apoiem o desenvolvimento individual, alicerçados na prática de feedback e feedforward regular.

No âmbito deste modelo, o FYOUTURE, o pilar do Desenvolvimento é o suporte para a identificação e definição dos planos de crescimento e desenvolvimento das nossas pessoas. Mediante uma análise conjunta entre chefias e colaboradores/ as das suas competências, as pessoas são desafiadas a construir o seu próprio Plano de Desenvolvimento Individual – o “Compromisso FIDME”. Este plano que deve ser proposto por cada colaborador/a e alinhado e validado com o seu responsável de equipa, de acordo com as suas principais prioridades de desenvolvimento, bem como os seus objectivos de carreira.

 

Como é que a Fidelidade promove o equilíbrio entre trabalho e vida pessoal dos seus colaboradores?
Olhamos para o bem-estar de forma holística, assente em quatro pilares: corporate, lifestyle, health e financial. Pretendemos assim, sem nos substituirmos à responsabilidade individual, contribuir para o bem-estar global e qualidade de vida de quem trabalha no Grupo.

O equilíbrio entre a vida pessoal e profissional é muito valorizado na empresa. No estudo de clima organizacional de 2023, 78% dos respondentes referiram que têm liberdade de flexibilizar o seu horário de trabalho, em caso de necessidade.

Desenvolvemos várias iniciativas que promovem este equilíbrio, a começar pelo Smart Working, um projecto piloto de trabalho flexível, que surgiu no contexto da pandemia de COVID-19, e que nos permitiu introduzir diferentes modelos de trabalho adequados à diversidade de funções presentes no Grupo. Realizamos também workshops sobre vários temas associados ao bem-estar, incluindo o equilíbrio entre trabalho e família, apoiamos os líderes na identificação de situações de risco nas suas equipas (através da capacitação em Primeiros Socorros Psicológicos) e temos uma equipa – o Gabinete NOS – especialmente dedicada a prestar acompanhamento em situações de necessidade ou carência, nomeadamente a nível psicológico, social ou familiar.

 

No que diz respeito aos benefícios, qual tem sido a vossa maior prioridade para os colaboradores?
A Fidelidade conta com um conjunto importante de benefícios contratuais que vão desde dias adicionais de férias a apoio escolar e ao agregado familiar, de modo a potenciar o bem-estar. A estes benefícios acresce uma plataforma de Benefícios Flexíveis, através do mecanismo de atribuição de remuneração variável. Estes benefícios oferecem um leque mais amplo de soluções, financeiras e de seguros ou tecnologia, onde cada colaborador pode alocar e priorizar montantes disponíveis de acordo com a sua preferência. Quer numa base transversal, quer na adequação mais individual às necessidades específicas de cada um, a aposta do Grupo Fidelidade tem vindo a ser oferecer às suas pessoas um conjunto de benefícios cada vez mais diversificado.

 

De que forma a Fidelidade tem vindo a lidar com as questões relacionadas com a inclusão e a diversidade no mercado de trabalho?
Temos apostado na promoção de uma maior consciencialização sobre os temas de Diversidade e Inclusão, através de workshops, webinares, mesas redondas, artigos, entre outros. Realizámos sensibilizações às equipas de Comunicação para o tema da comunicação inclusiva e, em paralelo, adicionámos um módulo de DEIP à Jornada da Liderança, a nossa jornada de formação para os futuros líderes do Grupo. Actualmente estamos focados na temática do Recrutamento Inclusivo, especificamente o recrutamento de Pessoas com Deficiência. Queremos ir além do recrutamento e efectivamente integrar pessoas com deficiência na nossa organização. Já capacitámos as equipas de Recrutamento e Business Coaching e desenvolvemos várias parceiras com associações que nos apoiam neste âmbito, assim como temos avançado na sensibilização das nossas lideranças. Certos de que a DEIP pode impactar positivamente as nossas pessoas e a nossa capacidade de atracção de talento, continuaremos a aposta em potenciar uma cultura e ambiente de trabalho em que todos/ as se sintam bem, com espaço para crescer e serem autênticos/as.

 

Quais são os indicadores que a Fidelidade considera essenciais para avaliar o sucesso das estratégias de gestão de talento na empresa?
O investimento do Grupo Fidelidade em People Analytics tem servido para dotar os gestores, em tempo real, dos principais indicadores das suas equipas.

Mas além destes dados, um dos principais critérios para percebermos o sucesso do que fazemos é perceber como as nossas pessoas se sentem. Para isso, temos a preocupação de acompanhar de perto a organização, quer através da recolha de informação e tratamento dos dados de quem sai da empresa, quer através de questionários de clima organizacional onde conseguimos medir o pulso da organização. Assim, e numa associação à Great Place to Work, auscultamos as pessoas do Grupo Fidelidade, em Portugal e nas diferentes geografias onde operamos, de forma a perceber como as nossas pessoas percepcionam a sua experiência nas diferentes dimensões do estudo. Com base nesta informação, promovemos iniciativas transversais e específicas nas áreas, que contribuem para uma melhor experiência das nossas pessoas.

 

Este artigo faz parte do Caderno Especial “Gestão de Talento” publicado na edição de Maio (n.º 161) da Human Resources.

Caso prefira comprar online, tem disponível a versão em papel e a versão digital.

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