Foi este o pior conselho profissional que Richard Branson recebeu na vida. Não “caia” nele

“Faça o que sabe” é um conselho profissional comum, mas nem todos concordam que seja sábio. O cofundador e bilionário do Virgin Group, Richard Branson, diz que foi o pior conselho de carreira que já recebeu, avança a CNBC Make It.

 

Na verdade, fez exactamente o oposto, contou Branson num episódio recente do podcast “Work Life with Adam Grant”. «A maioria dos meus negócios de sucesso estava em sectores onde eu não tinha qualquer experiência», disse.

Branson – que tem um património líquido de 2,6 biliões de dólares, segundo a Forbes – construiu a sua carreira e fortuna no Virgin Group, uma empresa de capital de risco e holding. O conglomerado começou há mais de cinco décadas, quando Branson cofundou a Virgin Records. Embora Branson tenha vendido a discográfica em 1992, o Virgin Group agora possui empresas em sectores que vão desde companhias aéreas e hotéis a media e voos espaciais.

Segundo Adam Grant, psicólogo organizacional da Wharton, explorar novos projectos e áreas é inteligente: as pessoas que permanecem num sector único e familiar às vezes desenvolvem “enraizamento cognitivo”, explicou.

Por outras palavras, à medida que os profissionais e académicos ganham experiência, podem perder «flexibilidade no que diz respeito à resolução de problemas, adaptação e geração de ideias criativas», de acordo com uma pesquisa da Rice University de 2010.

Em vez disso, «quando um profissional é novo numa área ou sector, vindo de fora, tem a capacidade de ver o que é dado como garantido e desafiar isso», partilhou Grant com Branson no episódio.

Pense em si mesmo como mais do que “um mero empresário”

Branson não gosta de se sentir limitado pela sabedoria convencional geral ou por rótulos. Considera “um insulto” ser apresentado como bilionário, por exemplo, e em vez de se ver como um empresário, define-se principalmente como: «alguém que adora criar coisas das quais me possa orgulhar», contou à CNBC Make It.

Essa mentalidade ajuda-o a concentrar-se na qualidade das ideias, e não no seu potencial de ganhos. «Há muitas coisas que fizemos que não teríamos feito se tivéssemos ouvido os contabilistas», disse Branson.

Essas ideias não surgiram sem riscos e custos: a Virgin Galactic, empresa de voos espaciais do grupo, teve de reduzir pessoal e suspender temporariamente os voos comerciais após registar um prejuízo de 502 milhões de dólares no ano passado.

«Se eu fosse um mero homem de negócios, nunca teria decidido ir para o espaço», garante. Quando Branson quer mergulhar num novo sector ou projecto, baseia a sua decisão em três critérios: se consegue fazer uma versão melhor do que a que já existe, se a sua versão pode fazer a diferença no mundo e se os resultados podem «ser algo de que todos nos possamos orgulhar», acrescentou.

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