GenAI e Humanos – haverá inclusão nesta diversidade?

Com a crescente integração da Generative AI (genAI) nas funções de Recursos Humanos (RH), todos esperamos uma série de mudanças significativas na forma como as tarefas são executadas e os processos são geridos, e, acima de tudo, mais tempo de qualidade para o que nos diferencia como humanos.

Por Joana Russinho, People Enthusiast, head of Human Resources

A genAI tem o potencial de otimizar várias áreas das operações de RH e melhorar a eficiência, a precisão e a experiência do colaborador, mas não tem (ainda) o poder de sentir, intuir, mostrar empatia, ser flexível….

Muitos exemplos têm vindo a ser expostos por colegas de missão, sendo que o destaque em termos da contribuição que a genAI pode trazer para a Função RH é essencialmente atribuída i) ao recrutamento; ii) à análise de dados; à experiência do recrutador; iii) à formação e desenvolvimento; iv) à análise preditiva.

Ora vamos lá refletir sobre esta vida moderna no mundo corporativo, e se há inclusão neste novo modelo de diversidade:

  1. A genAI pode ser usada para automatizar a triagem de currículos, identificar candidatos com base em critérios específicos e até mesmo conduzir entrevistas iniciais através de chatbots. Uma ajuda de peso para que os profissionais de RH se foquem em atividades mais ardilosas, como a redefinição de estratégias de recrutamento para um target que agora é global, e necessita de outra abordagem em termos de comunicação e de canais, ou, por exemplo, aprofundar o conhecimento dos candidatos para melhor aferirem o eventual alinhamento dos mesmos com a cultura da casa antes da decisão final.
  2. A genAI pode analisar grandes conjuntos de dados para identificar tendências, padrões e insights relacionados com o desempenho dos colaboradores, rotatividade, envolvimento e muito mais, o que permite que os profissionais de RH tomem decisões bem suportadas e orientadas por dados, essencial para os mais céticos sobre o que aparentemente não se consegue medir.
  3. Chatbots baseados em genAI podem dar apoio aos colaboradores, responder a questões do dia-a-dia e comuns sobre políticas internas, procedimentos e benefícios, melhorando assim a experiência do colaborador e libertando os profissionais de RH de tarefas de call center que ninguém adora, focando-os em outras de maior valor.
  4. Sistemas de genAI podem recomendar programas de desenvolvimento, gerais ou personalizados, com base nas necessidades individuais dos colaboradores. Uma ajuda de valor para a promoção do crescimento e do desenvolvimento profissional dentro da organização.
  5. A genAI pode ser usada para prever tendências futuras, como picos de rotatividade, escassez de competências e necessidades de recrutamento. Uma ajuda de valor para que os profissionais de RH consigam antecipar futuros desafios.

Mas, não obstante estas e outras evoluções e mudanças significativas, continuarão a existir uma série de responsabilidades e funções importantes que permanecerão para os profissionais de RH:

  1. Os profissionais de RH continuarão a ser responsáveis por desenvolver e implementar estratégias globais de RH alinhadas com os objetivos da organização.
  2. Embora a genAI forneça insights valiosos, a tomada de decisão final ainda requer julgamento humano, especialmente em questões éticas e complexas.
  3. Os profissionais de RH desempenham um papel fundamental na promoção de uma cultura organizacional positiva e inclusiva, o que não pode ser substituído pela genAI.
  4. A gestão de relações laborais, negociações sindicais e resolução de conflitos ainda exigirá intervenção humana e habilidades interpessoais.

Em resumo, enquanto a genAI continuará a transformar muitos aspetos das funções de RH, os profissionais de RH serão o garante do propósito da organização, indispensáveis para garantir o sucesso e o bem-estar dos colaboradores e o alinhamento estratégico com os objetivos da organização.

Os algoritmos podem ser programados para reconhecer expressões faciais e padrões de fala, mas não possuem a capacidade de ser apenas humanos, e ainda bem. O ganho da inclusão está também na diversidade.

Ler Mais