Grupo Vila Galé: Formar para fidelizar o talento

Criada em 2009, a Academia Vila Galé é o meio preferencial da empresa para formar os seus colaboradores.

 

A formação é desde sempre uma prioridade do grupo Vila Galé, e a Academia Vila Galé foi criada precisamente para lhe dar resposta, sendo actualmente certificada pela DGERT em três áreas. Pretende contribuir para a qualificação dos recursos humanos, para a padronização de métodos e processos, para a criação e transmissão de standards da marca e do funcionamento dos hotéis e para possibilitar a retenção de talento, através de conhecimento e progressão na carreira. Por tudo isso, faz parte do pilar Desenvolver da política de Recursos Humanos do Grupo Vila Galé, como explicou à Human Resources Portugal a coordenadora de Recursos Humanos da empresa, Joana Ferreira.

A que necessidades a Academia Vila Galé dá resposta?
Naturalmente que vamos adaptando o funcionamento da Academia às necessidades existentes a nível global, enquanto grupo, mas também consoante as sugestões dos colaboradores, sempre tendo em conta as tendências. Actualmente, a Academia tem como objectivos principais melhorar os conhecimentos técnicos – operacionais, ferramentas digitais, atendimento ao cliente – de liderança e na área da formação línguas.

A Academia Vila Galé foi criada em 2009. Como está organizada?
Organiza-se em quatro eixos, com uma oferta bastante completa, mas também exigente: Descobrir – formações de identidade corporativa; Sentir – formações de standards de atendimento ao cliente; Garantir – formações técnicas e específicas para cada área (HACCP, manutenção) e de línguas; Evoluir – formações de liderança.

Como é que a Academia se tem desenvolvido e adaptado ao evoluir dos tempos e das necessidades do Grupo?
O planeamento da formação é definido anualmente e tem como base a estratégia da Vila Galé e as necessidades dos nossos colaboradores. Por norma, pedimos sempre a cada um que nos indique áreas onde gostava de ter mais conhecimentos, cruzamos essa informação com as análises das lideranças e estabelecemos os planos de acções formativas. Recentemente, alargámos a nossa academia ao e-learning e implementámos uma plataforma que permite a todos os colaboradores – em Portugal e no Brasil – acederem a conteúdos mais técnicos, mas também da vertente comportamental e que são transversais a todos os departamentos e funções.

Existe um conceito diferente da Academia Vila Galé, local e globalmente?
Tendo a Vila Galé 27 hotéis em Portugal e dez no Brasil, mercados com nuances diferentes, por exemplo, a nível das necessidades indicadas pelas equipas, do mercado laboral e dos idiomas mais usados, é essencial fazer alguns ajustes às acções formativas que proporcionamos em cada país. Mas no geral, os pilares e o método de funcionamento da Academia são iguais para todos os colaboradores. Também é importante ter esta constância, para assegurar os padrões de formação que distinguem os recursos humanos da Vila Galé.

Quais as mais-valias que a Academia corporativa proporciona como complemento à formação base?
Nesse aspecto destaco uma das iniciativas que integra a Academia que tem tido mais procura e sucesso: a VG Academy Week. Trata-se de programa imersivo de formação, ou seja, os colaboradores candidatam-se para estarem durante uma semana a receberem conteúdos formativos exclusivos sobre a sua área de trabalho, mas também de áreas complementares. Estas formações são dadas por formadores internos, mas também externos e convidados que vamos recebendo ao longo da semana.

Que competências pretendem desenvolver nos colaboradores?
Conforme já referido, as competências são em várias áreas, desde identidade corporativa, a qualificação técnica, em línguas ou em liderança.

Esta formação é para todos os escalões e perfis de colaboradores? E funciona apenas com colaboradores internos ou está aberta ao exterior?
Sim, a academia Vila Galé destina-se a todos os colaboradores da Vila Galé, funcionando apenas internamente.

Como é definido o plano do colaborador? É proposto pela empresa ou totalmente criado pelo colaborador?
O plano de formação resulta da análise de vários factores: as necessidades sentidas pelo colaborador, as indicações dadas pelas suas chefias directas e as apostas estratégicas do grupo. É um processo bastante aberto, abrangente, dinâmico e flexível.

Como têm comunicado esta Academia? E que receptividade têm sentido por parte dos colaboradores?
Comunicamos a existência da Academia Vila Galé logo no processo de acolhimento e integração de cada colaborador, uma vez que também é um elemento importante do seu percurso na empresa e das oportunidades de progressão na carreira. Além disso, é referida em todas as plataformas de comunicação interna que temos como newsletters, através de WhatsApp, nos eventos internos. A receptividade tem sido muito positiva.

Esta é uma forma que o grupo encontrou de contornar a escassez de talento ou das competências que necessitam?
Sem dúvida que sim. Na verdade, a Academia Vila Galé permite-nos contribuir para que os colaboradores que já temos possam aperfeiçoar os seus conhecimentos. Mas dá-nos também a hipótese de acolher pessoas de outras áreas, que não têm necessariamente de ser formadas em hotelaria ou turismo, porque temos capacidade para as formar internamente. Essa é uma mais-valia tendo em conta a alteração de perfis dos candidatos a que temos assistido nos últimos anos. A Vila Galé acaba por ter uma enorme autonomia na formação das suas equipas e quadros graças à Academia, tendo grande margem para formar talento de raiz e desenvolver competências de uma forma consistente e muito qualificada.

Quais as metodologias da Academia Vila Galé e de que forma são inovadoras face ao mercado?
As metodologias utilizadas na Academia Vila Galé são, essencialmente, práticas, dinâmicas e, sempre que possível, on the job. É desta forma que vemos a formação: os conteúdos que transmitimos têm de ser exequíveis no dia-a-dia das nossas equipas. Além disto, tem duas vantagens: uma delas refere-se aos seus formadores que são, na maioria, internos e com um conhecimento bem consolidado dos standards e padrões da marca. A outra vantagem está sobretudo relacionada com o projeto Academy Week, através do qual conseguimos descobrir internamente colaboradores com potencial e conhecimento para formar outros. Ajuda-nos a conseguir multiplicadores dos conteúdos transmitidos.

Que desafios e resultados esperam alcançar no decorrer de 2023?
Em 2023, vamos consolidar a utilização da plataforma de e-learning na organização, de modo que seja uma ferramenta a que os colaboradores recorram com frequência e iremos trabalhar para transformar a formação onboarding num formato e-learning.

Como vêem a evolução das universidades corporativas/ escolas / academias em Portugal? Que tendências observam para o futuro?
Desde que tenham formação de qualidade e respondam às necessidades, todas as iniciativas que permitam qualificar os recursos humanos neste sector são importantes e um contributo relevante para colaboradores e empresas. De facto, temos visto uma evolução muito positiva nas universidades corporativas/escolas e academias, seja pelo conteúdo ou pelo formato que apresentam e sentimos que esse será o caminho. Já ninguém quer assistir a formações chatas e teóricas e estar fechado numa sala durante oito horas. Os conteúdos têm de ser concisos, dinâmicos, práticos e exequíveis porque só assim se tornarão atractivos. Além disso, têm de ir ao encontro das necessidades estratégicas das organizações.

Este artigo faz parte do Caderno Especial “Academias” na edição de Março (n.º 147) da Human Resources, nas bancas.

Caso prefira comprar online, tem disponível a versão em papel e a versão digital.

Ler Mais