Já ouviu falar nos Zillennials? São a mais nova microgeração e estão a chegar ao mercado de trabalho. Saiba o que os caracteriza

Nas várias gerações, muitos nasceram ou cresceram perto da linha que separa o final de uma e o início de outra. Nos Estados Unidos, já há um novo termo para descrever os que não se sentem geração Z nem Millennial, noticia a CNN.

 

Segundo o Pew Research Center, o termo Millennial (também conhecido como Geração Y) refere-se a qualquer pessoa nascida entre 1981 e 1996, e a geração Z compreende aqueles nascidos de 1997 a 2012. É na ténue fronteira que separa as duas gerações onde vivem os Zillennials.

«Os Zillennials referem-se a um pequeno grupo nascido entre o início dos anos 1990 e o início dos anos 2000», explica à CNN Deborah Carr, professora de sociologia e directora do Centro de Inovação em Ciências Sociais da Universidade de Boston. «Eles estão à beira da geração Z e da geração dos Millennials, daí, a designação mista de Zillennial.»

Essa microgeração, vagamente definida como estando na casa dos 20, enfrentou e superou algumas adversidades nas suas relativamente curtas vidas, acrescenta. «Eram bebés e crianças quando aconteceu o 11 de Setembro e frequentaram a faculdade durante a pandemia, perdendo importantes marcos sociais.»

Os Zillennials nasceram aproximadamente entre 1992 e 2002, mas não há um ponto de corte consistente com o qual os especialistas concordem, salientou a professora. A geração Z cresceu com um telefone na mão e redes sociais, porém, uma década antes, ouviam-se músicas no iPod Touch e convertiam-se vídeos do YouTube para mp3.

A linha da tecnologia

Uma das métricas mais fortes na definição de gerações é a forma como as gerações crescem e usam a tecnologia. Os Zillennials abrangem as gerações dos Millennials, considerados pioneiros digitais, e a geração Z, considerados nativos digitais que nunca conheceram a vida antes dos ecrãs.

«Crescemos com a tecnologia, mas não somos especialistas de dança no TikTok como a Geração Z, e também não estávamos no MySpace como os Millennials», explica Sabrina Grimaldi, de 23 anos, que lançou em 2021 o Zillennial Zine, um site para sua microgeração e cresceu entre um irmão da geração Z e outro Millennial. «Estamos em “terra de ninguém”, naquele limbo do qual ninguém fala, que por um lado é jovem e por outro adulto.»

Além da relação com a tecnologia, os membros de uma geração partilham também experiências de vida críticas, disse Deborah Carr.

Para a “Grande Geração”, isso foi ser chamado para a Segunda Guerra Mundial, para os Baby Boomers terem crescido como jovens adultos na década de 1960. A Geração Z frequentou o ensino médio durante a pandemia e perdeu os principais marcos da juventude, como os tradicionais baile e cerimónia de formatura.

«Algumas gerações rejeitam os rótulos atribuídos e outras gerações abraçam-nos se acharem que encaixam nelas, nos seus valores ou diferenças», realça Jason Dorsey, investigador e presidente do Center for Generational Kinetics.

«Descobrimos que, geralmente, os Zillennials afastam-se de manchetes negativas dos Millennials, como histórias de clickbait sobre ter expectativas demasiado altas», observou, acrescentando que também optam por ficar longe de tendências adolescentes demasiado infantis.

Embora os Zillennials geralmente sintam que não encaixam na geração Z nem nos Millennials, Dorsey alerta que essa “zona cinzenta” tem as suas vantagens, como por exemplo serem mais conscientes de ambas as gerações.

Jason Dorsey revela que a geração Z está mais ligada a causas sociais e ambientais do que os Millennials, e, neste caso, os Zillennials identificam-se mais com os primeiros, já que desde pequenos ouvem falar dos efeitos das mudanças climáticas e no papel que podem desempenhar na redução da pegada de carbono.

Estereótipos, à parte, Deborah Carr defende que «não devemos esquecer que cada geração tem as suas próprias dificuldades e está a tentar lidar com o que as gerações anteriores “criaram” da melhor maneira possível».

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