Jogar poker pode ajudar profissionais de Recursos Humanos a melhorarem as suas competências

Segundo a poeta norte-americana Diane Ackerman, “Os jogos são a maneira favorita do nosso cérebro aprender.” De resto, não existem dúvidas de que o potencial educativo dos jogos é enorme. No entanto, que lições se podem retirar de um jogo tão complexo (e por vezes caótico) como o poker? E será que estas podem ser úteis para os profissionais de Recursos Humanos (RH)?

O contexto do poker na atualidade

O poker é um jogo com muitos anos de história que foi comummente praticado em casinos e casas de jogo. Desde a criação do primeiro site de poker online no final da década de 90, no entanto, o centenar jogo de cartas  começou a ser apreciado por milhões de pessoas em todo o mundo e praticado, na sua maioria, em mesas de jogo virtuais.
Tal é o contexto do poker na atualidade: é uma modalidade séria para milhares de profissionais, assim como um passatempo de eleição global que já passou muito para além dos limites dos casinos europeus. Em Portugal, o 888 é um operador legal e de referência onde é possível jogar poker.

Poker e Recursos Humanos: semelhanças e elos comuns

O poker e os RH “encontram-se” devido a pelo menos dois fatores: ambos exigem riscos calculados e ambos dependem, em última instância, de capital humano. Estes dois elementos estão intrinsecamente relacionados; como tanto o poker como os RH são fundamentalmente acerca de pessoas, ambos exigem ações que podem ser calculadas, mas cujo desfecho não pode ser previsto na perfeição.
No poker, os jogadores na mesa esforçam-se por tomar decisões com base na sua avaliação pessoal da postura dos oponentes. Isto inclui todo o tipo de dados, desde o histórico de mãos de cada oponente, à maneira como cada um jogou a mão em questão, até à sua postura corporal. No negócio dos RH, as decisões são muito diferentes, mas sempre tomadas com base numa base de dados semelhante. A postura de cada trabalhador também tem de ser equacionada, assim como a sua relação com os colegas, o seu desempenho profissional, a sua satisfação no emprego, ou mesmo a sua qualidade de vida fora do escritório.
O poker e os RH são duas atividades que se navegam segundo previsões sobre o comportamento de capital humano, constitua este uma mesa cheia de jogadores de poker ou uma empresa. Por este motivo, existem várias lições e estratégias de poker que podem ser muito úteis para profissionais de RH.

Como usar o poker para aprender a lidar com o inesperado

O poker e os RH baseiam-se em três conceitos basilares: desempenho, relações interpessoais, e sorte.
Lidar com questões relacionadas com desempenho é relativamente “fácil,” já que todas as avaliações de desempenho (seja no poker ou nos RH) se baseiam em dados concretos que podem ser inequivocamente analisados. As relações interpessoais, no entanto, constituem um problema mais complicado.
O poker é um ótimo recurso educativo para profissionais de RH porque os ajuda a perceber melhor a disposição humana com base em pequenas pistas ocultas. Tal como o bom jogador de poker tem que perceber como se comportar com base na postura do seu oponente, também o profissional de RH deve compreender como ajudar os seus clientes, colegas, e funcionários sem que estes necessitem de detalhar os seus problemas explicitamente.

O papel da sorte nos RH

Se as relações interpessoais são difíceis de gerir, o que dizer da sorte? Por ser parcialmente baseado na sorte, o poker é o “campo de treino” perfeito para aprender a lidar com os azares (e sucessos) da vida. Seja no negócio dos RH ou qualquer outro, é fundamental saber como atravessar uma maré de azar sem perder a cabeça e, acima de tudo, saber estar mais bem preparado para qualquer maré de azar que se siga.
No capítulo da gestão da sorte (ou seja, da nossa atitude perante o caos que habita o mundo empresarial), o poker é provavelmente o jogo mais exemplar à nossa disposição.

A natureza educativa do poker

Para além de nos poder ensinar muito sobre RH, o poker também se encontra cheio de lições que vão para além do mundo dos negócios. O bilionário da Microsoft Bill Gates, por exemplo, explicou numa entrevista de que maneira jogar poker quando era mais jovem o ajudou a processar informação de forma mais eficiente. Tal como referido por Gates (e numa tradução do autor): “No poker, um jogador recolhe diferentes pedaços de informação (…) e a seguir combina todos os dados para conceber um plano para a sua própria mão.”
Não é, por acaso, que muitos artigos defendem o valor do poker enquanto modelo educativo infantil, ou que o poker é atualmente utilizado para treinar mulheres que trabalham em indústrias altamente competitivas. É o caso do programa Poker Power, com o apoio da organização Kellogg Executive Education, cuja missão é emancipar mulheres em cargos seniores através da aprendizagem do poker.

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