Jovens nem-nem aumentaram em Portugal (contrariando a tendência da União Europeia)

O ano passado, 11,2% dos jovens entre os 15 e os 29 anos na União Europeia não estudavam nem trabalhavam. Um valor ligeiramente inferior ao do ano anterior, quando a taxa média se situava nos 11,7%. Em Portugal, a evolução foi em sentido contrário, com um ligeiro agravamento, a taxa dos chamados “nem-nem” passou de 8,4% para 8,9%. serão cerca de 140 mil jovens nessa situação.

Apesar da subida, Portugal é um dos nove países que já cumpre a meta europeia de 2030 de ter menos de 9% da população entre os 15 e os 29 anos sem ocupação, a par da Alemanha, Dinamarca, Eslovénia, Irlanda, Luxemburgo, Malta, Países Baixos e Suécia.

Os dados são do Eurostat e forma revelados pelo Diário de Notícias mostram que a realidade é distinta nos vários Estados-membros, variando entre o mínimo de 4,8% dos Países Baixos e o máximo de 19,3% da Roménia.
Dos 8,9% dos jovens nem-nem em Portugal, a maioria (5,3%) são desempregados. Na análise por género a diferença não é significativa, sendo a taxa nem-nem de 9% nos homens e de 8,9% nas mulheres. Na divisão total destes jovens pelas diferentes faixas etárias, Portugal tem uma média de 3,4% de jovens que não trabalham nem estudam entre os 15 e 19 anos, 12% entre os 20 e os 24 anos e 11% entre os 25 e os 29 anos.
De acordo com os dados, o número médio de jovens nesta situação desceu, continuamente, entre 2013 e 2019 em toda a União Europeia, mas subiu em 2020 por causa da pandemia. A partir de 2021 voltou à sua trajectória anterior.
Globalmente, numa década, a média de jovens que não estudavam nem trabalhavam baixou em 4,9 pontos percentuais em toda a Europa, sendo que as descidas mais significativas ocorreram na Grécia (menos 12,5 pontos percentuais para o atuais 16%), Bulgária (13,8%, menos 11,9 pontos percentuais), Croácia (menos 10,5 pontos percentuais para 11,8%) , Irlanda ( menos 10,3 pontos percentuais para 8,5%) e Espanha (tem uma taxa de 12,3%, menos 10,2 pontos percentuais do que há uma década).

Mas há quem tenha feito o percurso inverso, com um agravamento destes casos, com destaque para a Áustria, em que os “nem-nem” aumentaram 0,8 pontos percentuais para os actuais 9,4% , e o Luxemburgo, que tem uma taxa de 8,5%, mais 1,3 pontos percentuais do que em 2013. Portugal passou de cerca de 16% para os 8,9%.