Líderes estão a apostar na IA Generativa, mas não de forma estratégica. Há dois objectivos que se destacam

Os líderes empresariais estão a optar pela obtenção de ganhos imediatos e a deixar para segundo plano questões estratégias de longo prazo na aplicação às suas empresas da Inteligência Artificial Generativa (IA Gen). A conclusão consta do novo estudo da Deloitte, ‘State of Generative AI in the Enterprise’, que faz uma análise ao actual momento desta inovação tecnológica no mundo das empresas a nível global.

 

O novo estudo revela que, neste momento, a maioria dos líderes empresariais relata um forte foco em benefícios tácticos, como a melhoria da eficiência e da produtividade (56%) ou a redução de custos (35%), em detrimento de dar prioridade a áreas estratégicas como o crescimento e a inovação (29%). A melhoria de produtos e de serviços existentes (29%) é também destacada e, logo a seguir, o aumento do valor das tarefas dos actuais trabalhadores (26%) das empresas.

O estudo, que se baseia numa amostra de mais de 2800 líderes em 16 países, revela também que a expectativa dos líderes empresariais é a de que esta inovação tecnológica tenha um profundo impacto, com cerca de três quartos (79%) do total dos inquiridos a esperar que a IA Gen promova uma transformação organizacional substancial em menos de três anos.

No que às pessoas diz respeito, existe neste momento um sentimento de incerteza sobre como gerir talentos, governança e risco na adopção da IA Gen, sendo que apenas 22% dos líderes acreditam que as suas organizações estão bem ou muito bem preparadas para lidar com questões relacionadas com o talento na adopção da IA Gen e com 41% a afirmar que as suas organizações estavam apenas ligeiramente ou inpreparadas para lidar com as preocupações nesta área. A grande maioria dos líderes (72%) espera, contudo, que a IA Gen promova mudanças nas suas estratégias de talento nos próximos dois anos.

No entanto, muitas organizações não estão focadas na formação e requalificação dos seus colaboradores. Apenas 47% concordam que estão a formar os seus colaboradores de modo suficiente acerca das capacidades, benefícios e valor da IA Gen.

Outra das conclusões do estudo está relacionada com a perceção de que os líderes preveem e temem que a IA Gen irá aumentar a desigualdade económica e vêem a necessidade de mais regulamentação e colaboração a nível global.

Mais da metade dos entrevistados considera que o uso generalizado da IA Gen centralizará o poder económico global (52%) e aumentará a desigualdade económica (51%). Para abordar estas preocupações, a maioria dos entrevistados concorda que há necessidade de mais regulamentação global (78%) e colaboração (72%) para gerir a adopção responsável da IA Gen em larga escala.

Organizações que se definem como tendo uma expertise muito elevada em IA Gen tendem, segundo este estudo, a ter uma visão mais positiva, mas também se sentem mais pressionadas e ameaçadas pelos efeitos trazidos pela Inteligência Artificial. Os líderes destas organizações referem níveis mais altos de interesse dos colaboradores, preparação técnica e transformação contínua associada à IA Gen, mas também sentem mais pressão para adoptá-la e a vêem como mais ameaçadora para seus negócios e modelos operacionais.

O estudo aponta também que a maioria das organizações ainda depende, principalmente, de soluções de IA Gen off-the-shelf, ou seja, já existentes e prontas a usar, como por exemplo, aplicações de IA Gen publicamente disponíveis, aplicações de produtividade e plataformas empresariais com IA Gen integrada.

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