Luís Marçal, Siemens Portugal. Descarbonizar e criar tecnologia, com propósito

A Siemens assumiu o compromisso de alcançar a neutralidade carbónica das suas operações até 2030. O objectivo do “Sustainable & Smart Campus” é ser uma referência em Portugal e um exemplo de que o “sustentável” não é exclusivo dos edifícios novos e modernos. Ao mesmo tempo, reforça a sua marca de empregador.

 

Por Tânia Reis

 

Inaugurado este ano em Alfragide, o Sustainable & Smart Campus da Siemens Portugal materializa os compromissos da empresa para a sustentabilidade, nomeadamente os objectivos de descarbonização, e com a premissa de criar tecnologia com propósito. «A Siemens combina, de forma única, o mundo real e o digital, com o intuito de criar um amanhã melhor, e este campus é um exemplo concreto deste nosso manifesto », partilha Luís Marçal, responsável de Sustentabilidade e da unidade de negócio Energy Automation. Até porque, na Siemens, quando trabalham no desenvolvimento de soluções inovadoras, procuram desenvolver soluções igualmente sustentáveis, «isto é, que promovam o uso eficiente de recursos naturais e ajudem a enfrentar os desafios relacionados com a sustentabilidade».

As atenções e esforços estão assim concentrados «na criação de tecnologias que permitam aos clientes concretizar os seus objectivos de digitalização e descarbonização e, desta forma, transformar as indústrias que formam a espinha dorsal da economia nacional – indústria, infra-estruturas de energia, edifícios, mobilidade e saúde –, assim como resolver os problemas mais prementes do mundo, como a construção de um futuro sustentável e o combate às alterações climáticas».

No fundo, com os clientes e um ecossistema de parceiros, a Siemens está a contribuir para mudar, para melhor, a vida de milhões de pessoas. «A tecnologia é, portanto, a chave para a sustentabilidade», reitera o responsável.

 

Visão 360º e medição de impacto
O Sustainable & Smart Campus integra as mais recentes soluções tecnológicas nos novos espaços, para «melhorar a operação dos edifícios e alcançar elevados níveis de eficiência, segurança e conforto», tecnologias para infra-estruturas inteligentes, que incluem, por exemplo, mais de uma centena de carregadores para veículos eléctricos ou uma central fotovoltaica que cobre os telhados de praticamente todos os edifícios.

O objectivo é torná-lo «um projecto de referência em Portugal, de descarbonização e maior independência energética, reduzido assim o impacto ambiental», garante o responsável, realçando que «os edifícios que compõem a sede têm mais de 30 anos», ou seja, constitui também «um excelente exemplo de que é possível descarbonizar infra-estruturas mais antigas com óptimos resultados; mostra que «“o sustentável” não é exclusivo dos edifícios novos e modernos».

Mais do que directrizes internacionais, Luís Marçal destaca que a necessidade de reforço da aposta na sustentabilidade assenta em «imperativos para empresas socialmente responsáveis como a Siemens» e recorda que «foi a primeira grande empresa industrial a assumir o compromisso de alcançar a neutralidade carbónica das suas operações até 2030».

Com a implementação do Sustainable & Smart Campus, Alfragide junta-se às várias localizações internacionais da Siemens que estão a ser descarbonizadas no âmbito da estratégia global de sustentabilidade. E o gestor dá nota de que está igualmente em curso a descarbonização da fábrica em Corroios, que produz carregadores de última geração para veículos eléctricos.

No seguimento dos compromissos assumidos, a Siemens desenvolveu uma framework que permite ter uma visão 360º sobre as prioridades da empresa e medir o impacto das suas acções. «Foi neste enquadramento que surgiu o DEGREE (Descarbonização, Ética, Governance, Recursos, Equidade, Empregabilidade), um programa- quadro em linha com o nosso objectivo de criar tecnologia com significado e propósito.» Os objectivos do DEGREE são tornar o ESG (ambiente, social e governança) mais tangível, mensurável e fácil de operacionalizar – interna e externamente – e de guiar a forma como a Siemens faz negócio onde quer que se encontre no mundo, explica.

 

Os quatro pilares
O Sustainable & Smart Campus está estruturado em três pilares tecnológicos e um ambiental: sustentabilidade energética, experiência do utilizador, segurança e conforto, e protecção do meio-ambiente, enumera o responsável.

«A sustentabilidade energética está associada ao ecossistema tecnológico que proporciona uma maior independência energética ao campus», que integra um sistema de microrrede, uma central fotovoltaica e carregadores de veículos eléctricos.

O pilar relacionado com a experiência do utilizador visa «dotar às pessoas controlo sobre os edifícios, através de um sistema que permite personalizar as diferentes áreas, privilegia o conforto e aumenta o bem-estar dentro dos vários espaços».

Já a segurança e conforto diz respeito às tecnologias que integram nos espaços, privilegiando sempre a segurança das suas pessoas e infra-estruturas. «E neste ponto falamos de soluções de controlo de acessos, videovigilância, assim como protecção contra incêndios, mas também de sistemas modernos de iluminação e climatização, que impactam directamente o dia-a-dia e a experiência de trabalho.»

Por último, a protecção do meio-ambiente sustenta a forma como operam, e é através de medidas ecológicas que gerem eficientemente os recursos que consomem. «A título de exemplo, 100% da energia consumida em todas as instalações da Siemens Portugal tem origem em fontes renováveis e está em curso a electrificação da frota automóvel da empresa.»

 

Leia o artigo na íntegra na edição de Maio (nº.161) da Human Resources, nas bancas.

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