Luxemburgo é o país da Europa onde os cidadãos têm mais dinheiro disponível. E Portugal, em que lugar está?

De acordo com o Índice de Prosperidade Legatum de 2023, dois terços dos países mais prósperos do mundo estão na Europa, mas a desigualdade de rendimentos é abundante em todo o velho continente, noticia o Euronews.

 

O rendimento médio das famílias alocado para gastos e poupanças varia, não apenas entre os Estados-Membros da UE, mas também entre outros países europeus.

Parece haver uma clara divisão geográfica: os níveis mais elevados de rendimento médio disponível foram registados nos países ocidentais e nórdicos, enquanto os níveis são mais baixos na maioria dos estados do Sul e do Leste.

O acesso a bens e serviços num país depende em grande parte da distribuição de rendimentos, que varia muito, causando desigualdades. É difícil comparar, com precisão, os níveis de rendimento disponível na Europa, devido aos diferentes regimes fiscais e níveis de preços.

No entanto, uma forma de medir e comparar as diferenças é através da média do rendimento disponível por habitante e a Paridade de Poder de Compra (PPC) de cada país, o que dá uma ideia dos padrões de vida.

Assim, que países têm o rendimento disponível mais elevado e o mais baixo na Europa? E quão prevalente é a desigualdade de rendimentos?

Em 2022, o rendimento disponível médio por habitante na UE variou entre um poder de compra de 9671 PPC na Bulgária e de 33 214 PPC no Luxemburgo. Portugal ocupa o 25.º lugar, registando um valor de 12 266 PPC, cifrando-se a média da UE nos 18 706 PPC por habitante.

Em cinco países nórdicos o rendimento disponível médio por habitante ficou acima da média da UE. Dos 35 países da lista, a Noruega ficou em segundo lugar (27 090 PPC), a Islândia e Dinamarca em 7.º e 8.º, respectivamente, a Finlândia (20 941 PPC) em 10.º lugar e a Suécia (20 573 PPC) em 13º.

Olhando para os quatro países mais populosos da UE, o rendimento médio disponível estava acima da média da UE na Alemanha (23 197 PPC) e em França (20 575 PPC), porém era inferior em Itália (18 472 PPC) e em Espanha (17 254 PPC).

A desigualdade de rendimentos aprofunda-se

Ao considerar o rendimento em euros em oposição ao PPC, os níveis de desigualdade de rendimentos em toda a Europa parecem particularmente acentuados.

Em 2022, o intervalo do rendimento médio disponível por habitante variou entre 5 378 euros na Bulgária e 45 310 euros no Luxemburgo. A média na UE foi de 19 083 euros. Portugal ficou abaixo, registando 11 014 euros (22.º lugar).

O valor foi superior a 35 mil euros em cinco países, nomeadamente Suíça (44 753 euros), Islândia (39 918 euros), Noruega (39 206 euros) e Reino Unido (37 934 euros), além do Luxemburgo.

Como mudou o rendimento disponível nos últimos cinco anos?

Analisando o aumento percentual nos últimos cinco anos, vários países aumentaram significativamente o seu rendimento médio disponível por habitante em euros.

Subiu mais de 40% em nove Estados-Membros da EU, sendo que em Portugal foi de 21%, ocupando o 20.º lugar da tabela. Na UE a média foi de 17%.

A Turquia foi o único país que viu o seu rendimento disponível médio cair, 27%, ou seja, mil euros.

Olhando para as variações em euros e não em percentagem, o Luxemburgo (8 995 euros) registou o aumento mais elevado, seguido pela Irlanda (6 181 euros) e pelos Países Baixos (5 976 euros). Portugal registou 1 943 euros (22.ª posição) e o aumento médio na UE foi de 2 802 euros.

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