Maioria dos CEOs globais vai esperar pela vacinação generalizada para avançar com o regresso aos escritórios

De acordo com o KPMG CEO Outlook Pulse Survey de 2021, quase metade dos CEOs inquiridos (45%) esperam um retorno ao “normal decurso” dos seus negócios apenas em 2022, por oposição a quase 31% dos CEOs que antecipam que este regresso será concretizado já em finais deste ano. Mas em relação ao regresso aos locais de trabalho vão “esperar para ver”.
As alterações trazidas pela pandemia resultam também na constatação por parte de um quarto dos questionados (24%) de que o seu modelo que negócio foi alterado para sempre.
O estudo mostra ainda que a maioria dos CEOs inquiridos (55%) está apreensiva com o demorado acesso dos seus trabalhadores à vacina da COVID-19, o que influencia as suas previsões no que toca ao regresso dos trabalhadores ao local de trabalho.

A quase totalidade dos CEOs globais (90%), consideram até pedir à suas pessoas que reportem quando forem vacinadas, pois esta medida irá contribuir nas acções de protecção da empresa no geral. No entanto, um terço dos inquiridos estão inquietos quanto às informações públicas relativamente à fiabilidade das vacinas e quanto ao processo de vacinação, uma vez que esta “desinformação” poderá potenciar uma recusa em ser vacinado, por parte dos seus colaboradores.

Já três quartos dos CEOs (76%) percepcionam as sugestões do governo para que as empresas retomem ao “normal” nos seus negócios e como um incentivo para pedir aos seus recursos humanos para regressarem ao trabalho presencial.

Somando a isto, 61% dos líderes empresariais dizem que precisam ver o processo de vacinação com mais de 50% da população vacinada, para avançarem com as medidas de regresso ao escritório. Quando os recursos humanos puderem retornar com segurança aos seus locais de trabalho, um quinto das empresas prevêem instituir medidas adicionais de precaução e segurança, como por exemplo apenas aceitar visitas presenciais de pessoas já vacinadas.

O estudo da KPMG constata também que apenas 17% dos líderes empresariais procuram reduzir a presença física no escritório, em resultado da pandemia. Por oposição aos 69% dos CEOs inquiridos em Agosto de 2020, que diziam que pretendiam reduzir as dimensões físicas dos escritórios nos próximos três anos – o que demostra que ou as estratégias de redução dos espaços já efectivamente tomaram lugar, ou que a pandemia fez com que os CEOs mudassem de ideias.

Os líderes empresariais estão a considerar como será a “nova realidade” pós-COVID, no entanto, apenas três em cada 10 consideram um modelo híbrido no que concerne aos tipos de trabalho dos seus recursos humanos, remoto e físico. Por conseguinte, apenas um quinto, (21%) consideram contratar novos colaboradores que trabalhem maioritariamente em modo remoto, o que representa uma grande mudança comparativamente ao ano passado (73% em 2020).

O mesmo estudo indica que com a realidade do confinamento, o trabalho remoto tornou-se o normativo, o que representa um conjunto de riscos, para as empresas, em termos de segurança cibernética. Consequentemente os CEOs identificam agora questões de cibersegurança como prioridade, com impacto no crescimento e nas suas operações, nos próximos três anos. A categoria da cibersegurança surge à frente de temas como a regulação, a fiscalidade e a cadeia de fornecimento.

Na sequência dos Estados Unidos reentrarem no Acordo de Paris e do agendamento do encontro COP26 para finais de 2021, quase metade dos CEOs planeiam pôr em prática mais medidas no âmbito do “ESG” (Environment, Social, Governance). A vasta maioria (89%) dos líderes estão focados em “congelar” os ganhos na área da sustentabilidade e das alterações climáticas que as suas empresas obtiveram em resultado da pandemia. Praticamente a totalidade dos CEOs (96%) procuram dar mais atenção à componente “Social” dos seus programas de âmbito ESG.

O estudo conduzido pela KPMG, entre Fevereiro e Março de 2021, ouviu 500 CEOs de empresas globais, sobre qual a resposta das suas empresas à pandemia e também sobre as suas previsões para os próximos três anos.

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