Mais de 40% dos trabalhadores abriria mão de um aumento salarial por benefícios adicionais de bem-estar
No Dia Mundial da Saúde Mental, a Mercer, do grupo Marsh McLennan, demonstra que a deterioração da saúde mental está entre os principais riscos dos colaboradores que as organizações enfrentam a nível europeu.
A crescente prevalência de desafios de saúde mental leva a riscos de ausências de longo prazo, presenteísmo, inflação dos custos de saúde e impactos na continuidade dos negócios, fazendo com que a prevenção permaneça no topo da lista de prioridades dos líderes de Recursos Humanos.
Com base nos resultados do estudo Global Talent Trends 2024, e do relatório People Risks 2024, a consultora revela que quatro em cada cinco (82%) colaboradores afirmam estar preocupados com a possibilidade de um burnout. Perante essa realidade, mais de metade (51%) das empresas com crescimento da receita na ordem dos 10% ou mais em 2023 afirmam estar já a trabalhar para mitigar este risco, em comparação com apenas 39% dos seus pares com menor crescimento.
Um em cada cinco colaboradores que se sentem em risco de burnout este ano atribui essa condição a um desalinhamento entre os seus próprios valores e os valores do seu empregador. Os colaboradores procuram cada vez mais que suas organizações priorizem questões sociais, diversidade/equidade e impacto ambiental.
A crise do custo de vida e a inflação persistente colocam as preocupações financeiras como o principal factor de risco de burnout este ano. A sobrecarga por muitas ferramentas tecnológicas e o ritmo ineficaz da transformação digital são outros factores relevantes propiciadores de burnout.
Na Europa a deterioração da saúde mental é apontada como o segundo risco mais grave que as suas organizações enfrentam, que se segue à liderança ineficaz. No entanto, os inquiridos classificam a deterioração da saúde mental na 20.ª posição entre os 25 mais prováveis de ocorrer – apesar de o acesso aos serviços de saúde ter piorado desde a pandemia. Este desequilíbrio pode resultar na falha de diagnósticos e tratamentos ou na diminuição da qualidade dos cuidados de saúde, dada a disparidade entre a gravidade e a probabilidade de ocorrência.
Mais de 20% dos inquiridos na Europa (23%) consideram a saúde, o bem-estar e a segurança como a maior ameaça a curto prazo para a sua organização (1–2 anos). 32% estão preocupados com a insuficiência dos programas de bem-estar emocional oferecidos pelas empresas para atender à crescente necessidade de apoio e 27% estão preocupados com a incapacidade dos supervisores de lidar com problemas de saúde mental dos colaboradores nas suas organizações.
Quando questionados sobre o que esperam da sua empresa em relação à sustentabilidade, a principal prioridade dos colaboradores era oferecer benefícios mínimos de saúde e bem-estar a todos – mas apenas um terço das organizações atendeu esse pedido.
As organizações líderes estão a reformular os benefícios de saúde não como um custo, mas como um investimento na saúde integral da força de trabalho: um em cada três executivos aumentaria os gastos com benefícios aos trabalhadores e iniciativas de bem-estar mesmo diante de uma crise económica. Noutra perspectiva, 46% dos colaboradores abririam mão de um aumento salarial por benefícios adicionais de bem-estar.