Mais de 60% das empresas já têm planos de benefícios flexíveis (mas oferta e valorização pelos colaboradores nem sempre coincide)

O Survey de Benefícios Flexíveis 2025 da WTW mostra que 62% das empresas já implementaram planos de benefícios flexíveis, enquanto 16% estão a considerar avançar com este modelo, reflectindo uma clara transformação das políticas de compensação.

 

A amostra do estudo inclui sobretudo empresas de grande dimensão e multinacionais. Apesar da adopção crescente, os custos financeiros e a incerteza fiscal e legal continuam a ser os principais entraves para as organizações que ainda não avançaram com este tipo de programas.

O estudo revela também que a gestão dos planos de benefícios flexíveis é maioritariamente externalizada: 34% das empresas utilizam plataformas externas dedicadas, enquanto 11% fazem a gestão internamente sem ferramentas específicas e apenas 4% desenvolveram soluções próprias.

Quando seleccionam parceiros, as empresas privilegiam a variedade de benefícios (82%), a possibilidade de customização (63%), o preço (61%), o apoio ao cliente (59%) e a facilidade de implementação (59%) — evidenciando a importância de soluções simples, ágeis e completas.

O Survey de Benefícios Flexíveis 2025 mostra um alinhamento, mas também algumas diferenças, entre a oferta e a valorização dos benefícios. Os Vales Sociais são o benefício mais disponibilizado (84%), enquanto ocupam o segundo lugar entre os mais valorizados pelos colaboradores (65%). Já o Seguro de Saúde lidera a preferência dos colaboradores (78%) e é também o segundo benefício mais presente nos planos (78%).

Por outro lado, o Seguro de Vida surge como o benefício menos valorizado, reforçando a necessidade de literacia financeira e risco da população em geral. O benefício de Home Office & Tecnologia destaca-se por manter o posicionamento nas duas dimensões, sendo o quarto mais valorizado e também um dos mais disponibilizados, reforçando o impacto do trabalho híbrido na gestão de pessoas.

Actualmente, os benefícios flexíveis nas empresas portuguesas são financiados através de quatro formatos distintos que são escolhidos como fonte de financiamento pela seguinte ordem: o salário variável, que representa a maioria das opções (54%), o valor fixo atribuído ao colaborador (23%), a percentagem do salário (20%) e outros modelos menos comuns (3%), como as “bolsas de seguros”.

A oferta das empresas é equilibrada, 37% disponibilizam entre um e cinco benefícios, outros 37% oferecem entre 6 e 10, e 26% disponibilizam mais de 10 benefícios. Quanto ao valor anual atribuído, o intervalo entre 1001 e 5000 euros é o mais comum, abrangendo 29 empresas, enquanto apenas quatro ultrapassam os 5000 euros por colaborador.

No que se refere à flexibilidade operacional dos programas, 51% das empresas permitem apenas uma abertura anual, ao passo que 33% oferecem 12 aberturas, garantindo maior liberdade de escolha com ajustes mensais.

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