Mais de 60% dos profissionais investigam a reputação ambiental das organizações e 35% revelam que isso influencia a sua decisão de aceitar um emprego

O estudo do ManpowerGroup, Green Business Transformation Whitepaper, mostra que 62% dos candidatos afirmam investigar a reputação ambiental das organizações e 35% revelam que isso influencia a sua decisão de aceitar ou recusar um emprego, sendo que este comportamento é mais acentuado na Geração Z, em que quase metade dos profissionais (46%) acreditam que a reputação ambiental impacta a sua probabilidade de escolher uma empresa em particular.

Já no que respeita aos sectores, são as Tecnologias da Informação e as Finanças e Imobiliário os que se destacam quando é analisada a influência da reputação ambiental por sector. No sector das TI, 47% dos profissionais consideram que a reputação da empresa em matéria de responsabilidade pode impactar a sua decisão, seguindo-se os trabalhadores do sector das Finanças e Imobiliário, com 42%.

Nos factores concretos que mais influenciam a decisão de emprego, uma acção clara para combater os problemas ambientais é o elemento com maior probabilidade de impactar positivamente a decisão dos profissionais (60%). Segue-se uma comunicação e liderança claras sobre o compromisso com a responsabilidade ambiental (54%) e a definição de metas ambientais ambiciosas da empresa (52%).

Por outro lado, uma má reputação em matéria de questões ambientais é o factor com maior probabilidade de impactar negativamente a consideração de um emprego, com 68% dos profissionais a destacarem este elemento. Seguem-se a falta de compromissos ambientais claros (49%) e lideranças que não priorizam os problemas ambientais (48%).

Quando questionados sobre a sua percepção em relação ao impacto da transição verde no seu trabalho e carreira, a maioria (65%) revelou que o seu sentimento é positivo. A confiança foi a resposta mais utilizada para descrever o futuro impacto dessa transição na sua carreira, destacada por 29% dos trabalhadores, seguindo-se do entusiasmo, referido por 27%. Apenas 15% revelam que a sua percepção do impacto da transição verde na sua carreira é negativa.

Além do sentimento geral dos trabalhadores, foi também avaliada a sua percepção em relação ao impacto da transição verde no seu trabalho. A maioria (56%) afirmou acreditar que a transição verde irá criar novas oportunidades, tais como uma maior realização profissional, oportunidades de progressão na carreira e maior colaboração e comunicação entre as equipas. No entanto, cerca de um terço antecipou impactos negativos menores, tais como uma maior burocracia ou dificuldades acrescidas nos negócios.

O estudo revela que 66% dos profissionais afirmam estar preparados para abraçar a transição verde. Contudo, existe um desequilíbrio entre os trabalhadores white colar – associados a tarefas mais administrativas e de gestão – e blue colar, profissionais cujas funções requerem mão-de-obra física. Se, por um lado, 70% dos trabalhadores white collar afirmam estar já preparados para abraçar a transição verde, apenas 57% dos trabalhadores blue collar sentem o mesmo.

No que diz respeito aos sectores de actividade, existem diferenças notórias no entusiasmo em relação à transição verde. São os profissionais dos sectores das Tecnologias de Informação (75%) e Finanças e Imobiliário (74%) os mais propensos a manifestar a sua preparação para a transição verde, ao mesmo tempo que os trabalhadores dos sectores dos Serviços de Comunicação (64%), da Energia e Utilities (64%) e dos Transportes, Logística e Automóvel (62%) são os menos optimistas.

Estas variações observadas no entusiasmo são especialmente relevantes à luz da tendência global de investimentos significativos tanto em energia verde como em veículos eléctricos. Considerando os níveis mais baixos de optimismo que se verificam nos sectores com maior força de trabalho industrial, esta situação traduz potencialmente a disparidade existente nas percepções dos diferentes grupos de trabalhadores.

Existem também diferenças nas percepções dos trabalhadores e dos empregadores no que respeita ao compromisso das organizações com a transição verde. De facto, a nível global, apenas 53% dos trabalhadores acreditam que o seu empregador está realmente comprometido com a transição verde, enquanto, ao mesmo tempo, 68% dos empregadores afirmam estar já activamente a recrutar ou a planear recrutar para empregos verdes.

Além deste, existe ainda um desequilíbrio quando os trabalhadores consideram o seu próprio impacto. A maioria dos profissionais (55%) afirmam preferir trabalhar num sector já mais sustentável – e, por isso, com menor potencial de impacto – em vez de num percepcionado como nocivo, que permitiria ajudar a promover um impacto mais significativo no ambiente.

Quanto à percepção dos trabalhadores sobre as competências que consideram mais importantes no âmbito da transição verde, embora skills como a criatividade e inovação (33%), a resolução de problemas (32%) e as competências em tecnologias da informação (26%) sejam valiosas, 47% destacam como fundamental a consciência do impacte ambiental da sua função. Esta consciência é, assim, percepcionada como sendo essencial para a inclusão dos trabalhadores na transição verde e a principal competência necessária para que os profissionais consigam tornar a sua função mais verde.

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