ManpowerGroup: Ajudar as empresas a evoluir o capital humano
O ManpowerGroup tem, presentemente, duas academias em Portugal: a Experis Academy e a Manpower Academy.
A Experis Academy nasceu com o objectivo de dotar os profissionais com as competências necessárias para desenvolver uma carreira no sector das tecnologias de informação, actualmente em rápido crescimento. Neste âmbito, são desenvolvidos programas de formação nas áreas tecnológicas, que potenciam os benefícios de um formato não convencional – isto é, são modelos de formação que combinam teoria e prática -, para rapidamente preparar os profissionais para uma entrada segura no mundo do trabalho.
A Manpower Academy disponibiliza uma vasta gama de propostas de formação com o objectivo de transmitir competências específicas a algumas funções mais difíceis de preencher no mercado português. Trabalhamos em estreita colaboração com empresas e com outras entidades formativas, no sentido de desenvolver uma oferta integral de competências e experiências para responder às necessidades do mercado.
Pedro Amorim, Managing director Experis e Corporate Clients director do ManpowerGroup Portugal, partilha com a Human Resouces Portugal os objectivos e desafios destas duas academias.
Quais os objectivos das academias ManpowerGroup em Portugal e a nível global?
Um dos nossos objectivos é ajudar as empresas a dar um passo em frente na evolução das capacidades do seu talento interno, para assim potenciarem um desenvolvimento sustentável e manterem a sua competitividade. Para isto, tal como as pessoas necessitam de uma orientação clara – o “Como?” e o “Porquê?” -, as empresas precisam de um percurso definido para a sua estratégia de reskilling. Os programas de formação das Academy do ManpowerGroup apoiam no processo de transferência de talento de uma função para outra, de sectores em declínio para sectores em crescimento, o que permite reduzir o desencontro de competências, melhorar a empregabilidade das pessoas e, ao mesmo tempo, reforçar as capacidades das organizações.
Este trabalho está muito ligado ao foco crescente na vertente social do ESG – o “S” – por via da reconversão de competências para se responder à necessidade de uma gestão sustentável do talento. Temos elaborado alguns programas para apoiar as empresas no desenvolvimento dos seus recursos, por via do reskilling e do upskilling. Como exemplos deste trabalho com as empresas podemos referir um programa dedicado ao Inglês, para reforçar as competências operativas de colaboradores de superfícies comerciais numa altura em que a vinda de cidadãos estrangeiros para Portugal se intensificou; ou ainda um toolkit de empregabilidade a envolver competências de comunicação e desenvolvimento de marca pessoal, com o objetivo de promover uma maior empregabilidade.
Quais as mais-valias da academia corporativa como complemento à formação base?
Sabemos que existe um desencontro entre as competências que o mercado pede e o conjunto de skills com que muitos dos jovens saem hoje dos seus percursos académicos. Nesse sentido, as academias podem servir como um complemento dessa formação de base, com uma orientação mais especializada em competências com elevada procura no mercado , nomeadamente em tecnologia, em áreas como low-code, cibersegurança ou data, mas também em funções técnicas especializadas. As academias podem igualmente ajudar a reforçar as competências humanas, cada vez mais necessárias no mundo do trabalho, tais como a comunicação, o trabalho em equipa ou a liderança.
As academias conseguem ser uma forma de upskilling e/ou reskilling dos colaboradores?
Sem dúvida que sim. Os percursos formativos desenvolvidos em qualquer das Academy constituem uma importante via de capacitação e promoção do nosso talento interno, proporcionando aos colaboradores da empresa oportunidades de requalificação que lhes dão acesso a novas carreiras, em funções com grande potencial de crescimento futuro.
Um bom exemplo é a Business Leadership Academy da Manpower, através da qual preparamos as nossas lideranças intermédias. Desde 2018 que trabalhamos neste segmento e definimos este programa com mais de 60 horas (ao longo de sete meses) para abrir o leque de competências que os jovens líderes têm, abrindo-lhes a oportunidade para crescer e preparar o futuro em termos de carreira.
Que tipos de conteúdos são objecto de formação?
Em termos de conteúdos, a Experis Academy é dirigida à formação e requalificação em sectores de crescimento elevado e com forte escassez de talento, com um foco especial em IT. Estamos a formar especialistas em OutSystems, developers de Java, Data Analytics e a expandir para programas em Cibersegurança, para que as organizações possam desenvolver talento capaz de construir, garantir a segurança e manter serviços web cloud-native e escaláveis.
A Manpower Academy trabalha com metodologias e ferramentas inovadoras, tendo a sua própria plataforma tecnológica, e concebe e executa itinerários de formação para capacitar e desenvolver o talento que as organizações necessitam, sobretudo em funções especializadas. Hoje em dia, tem um foco particular nas áreas Comerciais (liderança, gestão de tempo), e de Marketing e Vendas (atendimento ao cliente, gestão de conflitos). Estes elementos comportamentais são ainda complementados com hard skills, através programas dedicados a aplicações e ferramentas de trabalho como Outlook, Microsoft Teams, Power BI, Excel, entre outras.
Estamos igualmente a desenvolver a nossa oferta para áreas onde sentimos necessidade por parte dos nossos clientes, como possam ser os programas em Segurança e Saúde no Trabalho, Gestão de Processos, etc.
De que forma esta academia permite desenvolver competências de acordo com as constantes transformações que têm vindo a ocorrer nos últimos anos?
Quando assistimos a uma evolução de competências mais rápida do que nunca, vemos como cada vez mais empresas estão a comprometer-se na concretização de um objectivo Net Zero no emprego, ou seja, um objectivo de Sustentabilidade do Talento. Isto, porque à medida que as organizações se reestruturam e se perdem postos de trabalho, outros são criados e as pessoas precisam de ser requalificadas para preencherem as novas funções, quer seja dentro ou fora da organização. As Academias do Manpowergroup têm, precisamente, um papel fundamental nesse esforço de capacitação e transição do talento para funções com maior procura hoje e no futuro, sendo que definimos os nossos cursos precisamente com base nessas mudanças.
O nosso foco passa por suportar as organizações e os indivíduos nos processos de capacitação e desenvolvimento das competências que lhes permitam manter-se empregáveis e continuarem a entregar valor diferencial para as entidades e mercado. O nosso objectivo é que os nossos programas consigam responder às necessidades que surgem das crescentes transformações do mercado. O caso da formação OutSystems, da Experis Academy, é um bom exemplo disso, já que vem responder a uma acentuada carência por especialistas em programação low-code, sendo esta uma grande oportunidade para os profissionais abraçarem esta carreira.
Quais os grandes temas deste ano relacionados com as academias?
Pretendemos continuar o trabalho de alinhar os programas de cada uma das academias com aquelas que são as maiores necessidades do mercado actualmente, de forma a respondermos aos principais desafios de falta de talento nos vários sectores. No caso da Experis Academy, esta ambição relaciona-se com uma oferta cada vez mais forte em temáticas como Data, Transformação Digital e Analytics, Salesforce, bem como Cibersegurança, entre outras. Já do lado da Manpower Academy, com formações alinhadas com as necessidades dos nossos clientes, tanto em aspectos comportamentais, como gestão do conflito, negociação ou liderança, como em hard skills como a capacitação para ferramentas digitais, idiomas, gestão da segurança e saúde no trabalho, etc.
Quais as metodologias e de que forma são inovadoras face ao mercado?
São vários os pontos que acreditamos diferenciarem as nossas academias. Primeiramente, trabalhamos com um vasto leque de clientes, escolas técnicas e universidades para conceber os nossos percursos de formação, para que estes possam ser aplicados em contexto de trabalho, mesmo antes da formação estar concluída. Com a nossa experiência no sector e aliada a um profundo conhecimento do talento, identificamos, com base na definição dos requisitos de competências futuras, quais as lacunas no mercado, mapeando depois as competências adjacentes que devem ser desenvolvidas nas nossas formações.
A isto, alia-se o facto de as nossas academias reunirem conceituados parceiros de formação e especialistas das marcas mais reconhecidas a nível mundial, que nos ajudam a desenhar formações práticas e abrangentes, que dotam os alunos das competências técnicas com maior procura e permitem às organizações construir o talento de que necessitam. As nossas academias são sustentadas e baseadas no conhecimento de especialistas que temos em várias geografias, como é exemplo o bootcamp de Cibersegurança, em que trabalhamos com experts de Israel, com elevado know-how e anos de experiência.
Desta forma, todo o modelo de ensino está assente numa vertente teórica aliada a uma grande dimensão prática, on-the-job, com os alunos a realizarem, por exemplo, business cases reais durante a formação, que lhes permitem ligarem-se à realidade das empresas. Por outro lado, os nossos programas combinam a aprendizagem acelerada e de grande intensidade com um período de especialização após a formação, o que facilita a posterior entrada do profissional no mercado. Procuramos ainda ser sempre, dentro de cada área de especialização, parceiros certificados, de forma a garantir aos formandos no final do curso um diploma e certificação que lhes permitam uma maior empregabilidade, mas que dê também aos nossos clientes a confiança de que estão a recrutar especialistas altamente qualificados.
Também os modelos em que são leccionados os nossos cursos são diferenciadores, ao termos um regime híbrido: tanto com momentos 100% presenciais como remotos, com base nas nossas plataformas de e-learning e gamificação. Por tudo isto, acreditamos que o que distingue os nossos cursos é muito mais do que o programa formativo e os seus conteúdos, mas sim toda a forma como abordamos a formação em si. A aproximação que criamos entre os nossos formandos e as empresas é um exemplo, assim como a nossa estratégia de feedback e follow-up. Neste sentido, conseguimos que os nossos formandos tenham melhor perceção sobre a sua evolução, além de os acompanharmos após o curso.
Que resultados podem partilhar ao fim destes anos de experiência?
No que respeita à Experis Academy, este é ainda um projecto muito recente, já que primeiramente começámos com os nossos bootcamps focados no talento interno, como a formação para Tech Recruiters, e só depois passámos para cursos mais especializados, em áreas como OutSystems ou Data Analytics. No entanto, em todas estas formações, temos adoptado uma estratégia de perceber o que o mercado precisa e testar a nossa oferta formativa, adaptando-a, o que leva a que o número de formandos esteja ainda a crescer. Investimos nas pessoas, através de uma formação completamente gratuita e em que os profissionais são remunerados desde o primeiro dia, mas temos também a responsabilidade de os integrar depois no mercado de trabalho, um processo dilatado, mas que nos tem permitido um crescimento contínuo.
Temos, porém, já dados muito positivos e que revelam a pertinência da nossa formação, como o número de candidaturas que temos recebido para cada formação. Chegamos a receber mais de 450 candidaturas para 15 vagas, o que demonstra o interesse das pessoas em entrar nestas áreas, com maiores perspectivas de futuro.
No que respeita à Manpower Academy, temos, atualmente, uma equipa de 38 pessoas e contabilizamos mais de 66.000 formandos por ano e mais de 68 mil horas de formação anuais. Só através do curso de Business Leadership, desde 2018, já formámos mais de 700 Team Leaders, sendo que a última edição deste curso teve mesmo um nível de satisfação de 95% e 85% de NPS, algo que consideramos muito positivo.
Este artigo faz parte do Caderno Especial “Academias” na edição de Março (n.º 147) da Human Resources, nas bancas.
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