Menos de 20% dos conselhos de administração estão a funcionar com elevados níveis de eficácia
O estudo “The Importance of Effective Boards” da Odgers Berndtson Board Solutions, empresa do Grupo Odgers Berndtson Portugal na área de Boards e Corporate Governance, revela que 82% dos inquiridos afirmam que o papel dos Boards vai ser cada vez maior no futuro, dados os desafios estratégicos das suas organizações. No entanto, apenas 19% dos conselhos de administração estão a funcionar com elevados níveis de eficácia.
A eficácia dos conselhos de administração está directamente ligada ao desempenho organizacional, com as organizações de elevado desempenho a registaram uma eficácia 41% superior à das organizações abaixo da média. Existe um consenso sobre o papel e propósito do conselho de administração. No entanto, a maioria das empresas não tem processos formais que suportem essas aspirações.
Os conselhos de administração estão a investir cada vez mais em tópicos relacionados com as pessoas (avaliação, pesquisa, governance), no entanto, 51% ainda não têm processos de avaliação formais.
O estudo alerta ainda que negligenciar tópicos na agenda estratégica representa riscos substanciais, com apenas 23,9% dos conselhos de administração a considerarem-se totalmente preparados.
Embora os conselhos de administração revelem ter uma visão clara sobre o futuro e promovam continuamente a inovação, novos desafios estão a emergir na sua agenda. No top 3 estão a Sustentabilidade, a Digitalização e a Transformação Cultural.
O estudo destaca que, embora os conselhos de administração expressem satisfação geral com a sua eficácia média de 71/100, há áreas que exigem maior atenção para o futuro, nomeadamente ao nível dos temas relacionados com a dimensão “Pessoas e Competências”, mais especificamente: profissionalização do recrutamento dos melhores administradores, gestão da sucessão, promoção da diversidade e adequação dos modelos de compensação.
O estudo teve como base a auscultação de 117 chairs, CEO e administradores nacionais, de 12 sectores de actividade, permitindo assim avaliar a eficácia dos conselhos de administração em Portugal, tendo em conta as perspectivas dos administradores executivos e não-executivos.