Mercado de luxo. O que mais compra quem tem muito dinheiro? São estes os itens mais procurados por investidores
As obras de arte estão no top dos itens de luxo mais procurados por investidores deste tipo de produtos, segundo o Índice de Investimento de Luxo da Knight Frank (KFLII) em 2023, com um crescimento de 30% a 12 meses e superior a 100% a 10 anos. Seguem-se os relógios e as joias, com um crescimento de 10% a 12 meses e de 147% e 39%, respectivamente, a 10 anos.
Os dados são do Knight Frank Luxury Investment Index (KFLII), que acompanha um cabaz ponderado de 10 artigos de colecção de luxo, e que reúne as mais importantes tendências e perspectivas globais do mercado de luxo. O estudo acaba de ser divulgado mundialmente pela Knight Frank, imobiliária de luxo com sede em Londres e parceira em Portugal, desde 2021, da portuguesa Quintela + Penalva.
O índice em questão tem em conta o valor de 10 “investimentos de paixão”, considerando que três destes activos registaram um crescimento de dois dígitos nos últimos 12 meses (até Junho de 2023).
As moedas surgem em quatro lugar e os automóveis aparecem em quinto lugar, neste top 10, com uma valorização de 5% (e de 118% a 10 anos). O vinho aparece em sexto lugar, com a mesma valorização dos carros, a 12 meses, mas com um crescimento superior a 10 anos (149%).
Seguem-se os diamantes coloridos, com um crescimento de valor de 4% e as carteiras a crescer 1%. Já o mobiliário está com um crescimento nulo a 12 meses (0%) e os Whisky raros a diminuírem pela primeira vez em vários anos (-4%), mas a manterem a mais forte valorização a 10 anos (322%).
As garrafas raras de whisky – que nos últimos 10 anos tiveram o desempenho mais forte do Knight Frank Luxury Investment Index, são a única classe de activos a registar um desempenho anual negativo, de acordo com o índice compilado pela Rare Whisky 101.
Mercado do luxo dá sinais de abrandamento
Apesar desta subida de 7% no cabaz dos artigos de luxo foi, no entanto, o desempenho anual mais fraco do KFLII desde o segundo trimestre de 2021, provando que mesmo os activos tangíveis não estão imunes à incerteza do mercado.
Estes dados demonstram que as pessoas continuam dispostas a gastar em artigos pessoais de luxo. No entanto, o abrandamento dos mercados do vinho e dos automóveis clássicos, ambos em sexto e sétimo lugares, respectivamente, e que por tradição tinham um aumento a dois dígitos e que muitas vezes sustentaram o desempenho do índice, moderaram o crescimento.
Andrew Shirley, editor do Knight Frank Luxury Investment Index, explica que «a incerteza económica e as taxas de juro mais elevadas lançaram alguma incerteza sobre os coleccionáveis de luxo. Os coleccionadores principiantes estão a concentrar-se no que lhes traz alegria. Essa é agora a sua maior certeza, dado que agora a valorização está longe de ser garantida neste tipo activos».
Uma análise mais aprofundada do Knight Frank Luxury Investment Index (KFLII), divulgado a nível mundial, permite ainda uma análise mais aprofundada de que se destacam as seguintes considerações:
– Mudança de atitudes sociais estão a influenciar os mercados de investimento de luxo;
– As artistas femininas registaram um dos mais fortes crescimentos de preços no mercado da arte nos últimos anos;
– A procura de supercarros eléctricos também está a aumentar à medida que uma geração mais jovem evita os combustíveis fósseis;
– Existe sinergia entre o sector imobiliário residencial e os investimentos de luxo;
– No que toca à arte, as colecções de indivíduos com elevado património líquido podem moldar as suas casas, mas também as suas casas podem moldar as suas colecções;
– Os promotores imobiliários também têm cada vez mais em conta os hábitos de coleccionismo dos potenciais compradores nas suas colecções;
– Os NFTs estão em baixa, mas não estão fora de circulação;
– O valor dos NFTs de alto perfil da era Covid caiu, mas as obras de arte digital continuam a ser vendidas por altos valores.