Nesta empresa não há dias obrigatórios no escritório e a semana de trabalho é de 36 horas

Além do modelo híbrido de trabalho sem dias obrigatórios no escritório, vigora há dois anos a semana de trabalho de 36 horas, com impactos positivos na motivação e na produtividade. Na tb.lx, o colaborador é «um consumidor do produto», e a equipa de Recursos Humanos a fornecedora, garante Sara Gorjão, Chief People Officer.

 

Por Tânia Reis

 

A tb.lx é uma empresa que desenha e implementa soluções de software para transporte sustentável da Daimler Truck, como Mercedes-Benz Trucks, FUSO e Freightliner. A sua missão «é contribuir para um mundo melhor através do desenvolvimento de software para a indústria dos transportes, especificamente para camiões e autocarros, criando soluções conectadas, eléctricas e sustentáveis», explica Sara Gorjão, Chief People Officer (CPO). Para o conseguir, contam com uma equipa de 114 colaboradores. A média de idades ronda os 35 anos, são de 11 nacionalidade diferentes, e 30% são mulheres (60%, no top management), o que «espelha o compromisso da organização com a diversidade e a inclusão».

A cultura da tb.lx assenta «num forte foco nas pessoas e na experiência dos colaboradores» e «isso demonstra-se, desde logo, através de práticas como acompanhamentos regulares», garante a responsável, o que lhes permite entender o que leva os colaboradores a permanecerem ou a saírem da empresa, o que estão a fazer bem e onde podem melhorar. «Perguntamos do que gostam nas suas funções e o que gostariam de fazer mais, o que nos permite traçar um plano de carreira contínuo ao longo de cada jornada individual.»

O colaborador é tratado como um consumidor do produto, com a equipa de Recursos Humanos a actuar como fornecedora. Sara Gorjão realça que o objectivo «é servir as necessidades das pessoas, considerar os seus feedbacks e melhorar continuamente», por isso valorizam as relações humanas e procuram constantemente promover a proximidade e a transparência.

Responsabilização, flexibilidade e desenvolvimento são os pilares em que construíram a sua estratégia de Pessoas. O primeiro, em articulação com confiança e accountability, permite-lhes ter um modelo híbrido de trabalho sem dias obrigatórios no escritório. «Consultámos os nossos colaboradores sobre as suas preferências e percebemos que preferem não ter esse tipo de rigidez de presença.» Porém, a CPO assegura que a estratégia e o esforço para tornar o escritório «um espaço dinâmico e envolvente, adequado para reuniões presenciais, workshops e discussão de temas estratégicos», têm resultado numa escolha voluntária de vir ao escritório pelo menos um dia por semana e no fortalecimento do envolvimento da equipa, deixando as tarefas rotineiras para realizar em casa.

O escritório, recentemente inaugurado na zona da Baixa-Chiado, em Lisboa, foi projectado precisamente para promover essa colaboração presencial, o trabalho em equipa e os encontros sociais. Por isso, garantiram que o local de trabalho «seja inclusivo e facilmente acessível através de transportes públicos a partir de qualquer canto de Portugal».

Além do modelo híbrido, a responsável faz notar que, na tb.lx, vigora a semana de trabalho de 36 horas, projecto-piloto implementado há dois anos, «que tem motivado a equipa e demonstrado um impacto positivo na produtividade».

 

Medidas diferenciadoras
Entre as várias iniciativas que desenvolvem no âmbito do cuidar dos colaboradores, Sara Gorjão salienta as Flow Fridays, que «consistem em reservar as sextas-feiras para um dia de trabalho sem reuniões e com horários flexíveis», promovendo o equilíbrio entre a vida profissional e pessoal. «É um dia dedicado ao fluxo de trabalho sem interrupções, permitindo que os colaboradores se concentrem nas suas tarefas prioritárias, projectos individuais ou colaborativos, sem a necessidade de compromissos de agenda.» Além de incentivar a produtividade e criatividade, esta iniciativa dá à equipa «a possibilidade de gerir o seu tempo de forma mais eficiente» e concentrar- se «em projectos que exigem a sua atenção sem distracções externas».

Outra das medidas é o Pacote de Bem-Estar, que incluí vários benefícios, como «subsídios que apoiam o trabalho híbrido, acesso a opções de seguro de saúde», entre outros. A saúde mental e a gestão do stress assumem prioridade, e assim a tb.lx esforça-se por garantir «um ambiente de trabalho que promova o bem-estar holístico de todos os membros da equipa».

Como diferenciadora, a responsável refere a política de licenças de parentalidade, com «um sistema onde as pessoas se sintam à vontade para usufruir do máximo de licença a que têm direito ». A proximidade e transparência com as lideranças são igualmente considerados elementos essenciais da cultura da tb.lx, voltada para a experiência do colaborador e promotora de um «ambiente de trabalho atractivo e acolhedor».

A gestão de performance, baseada em feedback contínuo, equilibrando accountability com flexibilidade, tampouco é descurada. «As stay e exit interviews que realizamos ajudam-nos a entender e melhorar a experiência dos colaboradores.» Promovem também uma cultura de proactividade, tanto por parte da empresa quanto dos colaboradores, para garantir que, «durante a sua jornada, têm a melhor experiência possível e são reconhecidos pelo seu mérito de forma proactiva, evitando reações tardias quando decidem sair».

 

Leia o artigo na íntegra na edição de Julho (nº. 163) da Human Resources, nas bancas.

Caso prefira comprar online, tem disponível a versão em papel e a versão digital.

Ler Mais