No LinkedIn, 220 milhões de pessoas estão “open to work”. O “selo verde” ajuda ou prejudica? Especialistas respondem

Por esta altura, já terá visto os selos verdes espalhados pelo LinkedIn, anunciando que a pessoa está #opentowork. Quer estejam desempregadas e a procurar activamente uma nova posição, ou a recorrer ao “quiet quitting” do seu cargo actual, cada vez mais pessoas optam por divulgar o seu estado de procura de emprego na plataforma, avança a CNBC.

 

Segundo o Linkedin, a nível global, mais de 220 milhões de pessoas activaram a funcionalidade “open to work”, de forma privada ou pública, o que, segundo a empresa, representa um aumento de 35% em relação ao mesmo período do ano passado, comprovando o actual cenário do mercado de trabalho.

O LinkedIn lançou esta funcionalidade em 2020. Os utilizadores podem decidir se querem sinalizar o seu estatuto de forma mais discreta apenas aos recrutadores ou a todos com um selo verde público no seu perfil.

Mas será sempre uma atitude inteligente? As opiniões dos recrutadores divergem.

«Houve um enorme debate no LinkedIn sobre o selo “open to work”, com uma mistura de empregadores e recrutadores em ambos os lados das trincheiras», afirma Tatiana Becker, fundadora da NIAH Recruiting.

Evite o selo verde

Debra Boggs, fundadora e CEO da D&S Executive Career Management, está preocupada com o selo verde para aqueles que disponibilizam publicamente o seu estatuto de procura de emprego. «Está a focar-se nesse aspecto e não no seu valor único no mercado e nas qualificações para a função», explica.

«Muitos recrutadores e gestores de contratação acham que faz com que o candidato pareça desesperado, o que não é uma qualidade muito atractiva quando se procura talento», acrescenta.

Para os candidatos com pouca ou nenhuma experiência, sugere que utilizem a opção “open to work” apenas visível para os recrutadores. «Desta forma, quando os recrutadores estiverem à procura de candidatos qualificados, estará a sinalizar que procura activamente, mas isso não será considerado um sinal de alerta», assegura Boggs. Para todos os outros casos, apela a que «evitem o selo verde» visível para todos.

Ver o selo verde como um sinal de alerta é antiquado

Tatiana Becker não vê vergonha nenhuma em revelar o estado profissional ao mundo. «Eu aconselho, usem o selo».

In the past, being a job hopper was “looked down upon,” Becker said. But that changed when millions of people lost their employment during the Covid pandemic through no fault of their own, and later, with the waves of layoffs that followed the over-hiring boom, she said.

No passado, andar a saltar de emprego em emprego era «visto com desdém», mas isso mudou quando milhões de pessoas perderam, sem qualquer culpa, os seus empregos durante a pandemia e, mais tarde, com as ondas de despedimentos que se seguiram ao aumento das contratações excessivas, salienta.

«É antiquado e tendencioso ver o selo open to work como um sinal de alerta.» Além disso, pergunta «porquê recusar a ajuda? O selo permite que as empresas e os recrutadores identifiquem mais facilmente quem está à procura de emprego».

De facto, segundo o LinkedIn, utilizar essa funcionalidade duplica as probabilidades de alguém receber uma mensagem de um recrutador. Aqueles que exibirem o selo verde na opção pública podem aumentar essa probabilidade em 40%, afirma a empresa.

«Penso que há práticas muito mais desesperadas no LinkedIn», diz Tiffany Dyba, consultora de recrutamento. «Faça o que acha que é melhor para si. Parece banal, mas creio mesmo que não há algo de certo ou errado no selo verde.»

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