Número de mulheres sem filhos em Portugal triplicou em duas décadas

Portugal continua a ter uma taxa de fecundidade abaixo da média da da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) e, entre as mulheres nascidas em 1955 e 1975, triplicaram aquelas que não têm filhos. Mas, a este nível, o país ainda está entre os que apresenta melhores resultados.

 

Os dados são de um relatório da OCDE sobre a fecundidade: a incapacidade de substituir gerações, citado pelo Público. Neste ranking, Espanha e Itália têm os piores indicadores.

O documento revela que a taxa de fecundidade está a diminuir e os níveis actuais nos países da OCDE já se encontram abaixo dos 2,1 filhos por mulher, número considerado necessário para substituir gerações e garantir a manutenção populacional sem interferência do saldo migratório.

A publicação revela que, em 2022 a taxa de fecundidade na média dos países da OCDE não superava os 1,5 filhos por mulher, com países como Itália e Espanha a apresentarem valores ainda mais preocupantes, não indo além de 1,2 filhos por mulher, e a Coreia a aparecer com uma estimativa para 2023 que aponta para uma taxa de fecundidade de apenas 0,7. Portugal, contudo, aparece com uma média de 1,4 filhos por mulher.

Entre as causas para estes números está o facto de as mulheres adiarem cada vez mais a maternidade. Seja por ter mais escolaridade e maior empregabilidade, menos segurança financeira e social, as mulheres têm filhos cada vez mais tarde.

A idade média dos países da OCDE subiu, segundo o relatório, de 28,6 em 2000 para 30,9 em 2022. Em Portugal, a média passou para os 31,7 anos das mães quando tiveram o primeiro filho.

Há ainda outro fator a registar, há cada vez mais mulheres que não têm filhos. Espanha e Itália são, também neste indicador, os países que apresentam tendências mais negativas.

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