O dilema boomerang: deve voltar para o seu antigo emprego? Três pontos-chave a ter em conta (para tomar a decisão certa)

Segundo uma pesquisa da Glassdoor, 58% dos trabalhadores disseram que não voltariam para uma empresa que os despediu, enfatizando que “absolutamente nada” os motivaria a voltar.

 

Essa resistência em tornar-se um “colaborador boomerang”, termo usado para descrever profissionais que regressam a empregadores anteriores, faz sentido. Os despedimentos podem ser um golpe para a confiança, por isso muitos trabalhadores carregam essas marcas de “ferimentos”. Também sentem algum cepticismo sobre se o mesmo pode voltar a acontecer novamente (ou não).

Emily Liou, coach certificada de carreira na CultiVitae, diz que a maior parte da hesitação é «normalmente motivada pelo ego. Por que fui despedido de primeira vez? Pareceria desesperado se voltasse?»

No entanto, o “trabalho boomerang” é bastante comum, com pesquisas recentes a revelar que 28% das “novas” contratações em vários sectores eram contratações boomerang. Se está a ponderar nesta situação, a Glassdoor partilha uns pontos-chave que deve ter em mente.

  1. Entenda os prós e contras

Apesar da sua reacção instintiva inicial, «o trabalho boomerang pode ser muito positivo», partilha Emily Liou. Veja os motivos:

  • Pode saltar algumas das fases iniciais de onborading, pois está familiarizado com a empresa e muitos dos seus processos
  • Já construiu uma reputação e, desde que esta seja positiva, poderá retomar o crescimento da sua carreira do ponto onde ficou

Contudo, também pode haver algumas desvantagens. Por um lado, pode ser difícil afastar os sentimentos de incerteza ou amargura, especialmente se as saídas forem recentes. Também existe a possibilidade de que, se foi despedido com um grande número de colegas, possa parecer difícil (e até desleal) regressar a essa organização e trabalhar com um novo grupo de pessoas.

  1. Faça uma auto-reflexão honesta

Em última análise, é a única pessoa que pode decidir se volta ou não para um empregador anterior. «Se se sente entusiasmado, grato, feliz com a possibilidade de regressar, é um óptimo sinal de que está a tomar a decisão certa», diz Emily Liou.

Por outro lado, é melhor recusar a oferta se sentir:

  • Ansiedade para ver o que existe no mercado
  • Um rancor forte ou sentimentos negativos
  • Uma perda de respeito pelo empregador devido à forma como lidaram com despedimentos anteriores
  • Tentação de voltar simplesmente para provar que nunca o deveriam ter deixado ir

Também vale a pena rever as circunstâncias das demissões anteriores. Se foi um despedimento por motivos económicos é completamente diferente de ser despedido por motivos de desempenho ou de um empregador que quis ver-se livre de si sem pensar duas vezes.

  1. Use o processo de entrevista a seu favor

«Não tenha receio de fazer perguntas para o ajudar a tomar uma decisão mais informada», diz Emily Liou, especialmente se ainda estiver em dúvida sobre se deve regressar ou não. Durante a entrevista ou processo de contratação, pergunte:

  • Por que e como foi tomada a decisão de despedimento anterior?
  • A estabilidade financeira da empresa ainda é uma preocupação?
  • Por que estão interessados em trazer-me de volta agora?
  • Anteriormente houve regresso de outros colaboradores? Se sim, como tem sido essa experiência?

Essas perguntas podem ajudá-lo a compreender melhor a oportunidade actual e a ter alguma tranquilidade caso decida aceitar o emprego.

Mesmo algo tão simples como a reacção do empregador às suas perguntas pode dar pistas úteis. «Se o empregador se sentir incomodado por estar a fazer perguntas que são importantes para si, isso diz muito”, alerta Emily Liou.

Tomar a decisão de regressar ou seguir em frente

Se o seu ex-empregador o despediu, até pode ter jurado que nunca mais voltaria. Porém, oportunidades valiosas podem vir de qualquer lugar – e isso inclui empregadores anteriores. Se teve uma experiência positiva (além do despedimento), talvez não queira apressar-se a descartar o emprego por causa do seu ego ferido.

A vida dá muitas voltas e voltar para um empregador antigo até pode não ser o que esperava, mas ainda assim pode valer a pena.

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