O Fórum Económico Mundial defende que esta é uma das competências mais importantes (mas desvalorizada) no novo mundo do trabalho. Aprenda a desenvolvê-la

Ouvir é das caraterísticas mais importantes e, em simultâneo, desvalorizadas no mundo do trabalho, contudo pode ser crucial numa empresa, tanto para o bom funcionamento laboral como ambiente entre colaboradores, revela o Fórum Económico Mundial.

 

Quando os profissionais são ouvidos existe uma maior probabilidade de se perceber a razão pela qual estão descontentes ou o que gostavam que melhorasse, o que evita ainda as recentes tendências de “grande demissão” e “demissão silenciosa”.

Ficar a par e compreender os sentimentos dos trabalhadores já não é tão fácil, devido ao trabalho híbrido e às preferências e estilos de trabalho das gerações mais jovens, que não se deixam convencer por salários mais elevados, benefícios adicionais, regalias atractivas, discursos motivacionais ou workshops, sentindo-se desmotivados e sem poder.

 

A importância de ouvir

O empenho, dedicação e compromisso para com o trabalho surge quando os colegas e líderes alcançam uma conexão profunda e genuína através de interacções significativas e não superficiais.

Não só é de ressaltar a importância de ouvir os outros como a nós próprios de forma generosa, ou seja, não só com foco nas palavras como também no coração e na mente. A compreensão e empatia são tão importantes como valores onde se inclui a coragem, curiosidade e capacidade de resposta para conseguir uma ligação genuína.

 

“Escuta generosa” no local de trabalho

Não é um esforço fácil. Ainda que o estilo de liderança seja associado a uma direcção firme através de discurso claro, a cultura laboral sofreu várias alterações provocadas pela pandemia da Covid-19, que impactaram no bem-estar colectivo das organizações: passou a ser encorajada a diversidade de pensamento, bem como a valorização dos colaboradores para que possam demonstrar o seu potencial.

Segundo o estudo apresentado pelo Fórum Económico Mundial, a “escuta” promove os conhecimentos dos trabalhadores, melhorando a sua memória e auto-consciencialização reflexiva, o que aumenta o desempenho profissional e promove uma melhoria do bem-estar e segurança psicológica no trabalho, reduzindo o esgotamento emocional e o stress. Permitir que os profissionais se sintam seguros e valorizados cria relações genuínas e cultiva um sentimento de confiança e de pertença à empresa para a qual trabalham.

 

Algumas dicas para conseguir praticar a “escuta generosa” na sua organização:

Estar presente

Antes de ouvir os outros, tente primeiro ter a mente limpa e estar ciente dos seus sentimentos e frustrações, colocando-os de lado. Depois, concentre-se inteiramente no que a outra pessoa está a dizer e não tente formular respostas enquanto o outro fala, nem se abstraia. Permaneça presente e atento, deixando de lado possíveis distracções que são susceptíveis de se tornarem obstáculos à escuta.

 

Pôr de lado o preconceito e o julgamento

A “escuta generosa” é uma prática empática e compassiva através de um esforço activo que possibilita a que se veja o mundo através da perspectiva dos outros, bem como a compreensão dos seus pensamentos e sentimentos, o que não será totalmente possível se julgar ou mantiver os seus preconceitos pessoais.

 

Ouvir para aprender

Somos todos únicos e temos diferentes experiências que inevitavelmente transportamos para o local de trabalho, cada uma com diversos antecedentes, formações e conhecimentos. Ser curioso pode ser uma vantagem quando se conhece uma pessoa, dado que é fundamental ouvir o outro como uma oportunidade de aprendizagem livre. Estar envolvido num tema que interessa a outra pessoa ajuda a criar relações genuínas e mais profundas.

 

Não interromper

Os líderes devem respeitar os colaboradores e estar mais interessados em ouvir do que interromper, esforçando-se por estar atentos e perceber além das palavras, de forma a captar sugestões e pormenores, o que permite cultivar uma cultura mais ampla de “escuta generosa” no local de trabalho.

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