O mercado de trabalho desajustado…
Ricardo Florêncio
Não é uma visão do futuro. É a pura realidade actual. Em Portugal, a população com mais de 50 anos de idade já ultrapassou a que tem menos de 50 anos. Infelizmente esta tendência tornar-se-á cada vez mais acentuada, pois Portugal apresenta a mais baixa taxa de natalidade da Europa. E, assim, a nossa população cada vez vai ficando mais envelhecida. É óbvio que esta situação vai trazer-nos graves problemas no futuro, a muitos e diversos níveis, como a segurança social, as pensões, mercado de trabalho, etc.
Mas o que interessa aprofundar neste editorial são as características destas pessoas que hoje têm 50 ou mais anos. Representam um mercado enorme, têm disponibilidade e estão na plenitude das suas faculdades. E dada a evolução da sociedade, atendendo às melhorias substanciais ao nível da saúde e da esperança média de vida, estas pessoas de 50 ou mais anos nada têm que ver com as pessoas de 50 ou mais anos de há duas ou três décadas.
São assim um mercado apetecido para todos os sectores de actividade. Sim? Não, não é verdade. Porque, apesar de toda a evolução, para o mercado de trabalho uma pessoa com 50 ou mais anos é carta fora do baralho. E isso não dá para entender! É que, para além de tudo o mais, apresentam um capital de conhecimento acumulado que não faz qualquer sentido as empresas não aproveitarem!
Editorial publicado na edição de Novembro de 2016 da revista Human Resources