O nascimento de um filho leva quase 25% das mulheres a abandonar o mercado de trabalho

Vários estudos têm vindo a mostrar que o verdadeiro gender pay gap não se verifica pelo facto de as mulheres serem mulheres, mas sim por se tornarem mães, noticia o Expresso.

 

Em 2023, o estudo “Child Penalty Atlas”, coordenado por dois investigadores da London School of Economics (Reino Unido), e outro da Universidade de Princeton (Estados Unidos), reuniu um conjunto de dados para medir o efeito do nascimento de um primeiro filho nas carreiras em 134 países, abrangendo 95% da população mundial.

Com base no trabalho de Claudia Goldin, economista e Nobel da Economia no ano passado, os autores concluíram que, em média, 24% das mulheres abandonam o mercado de trabalho no primeiro ano após o parto. Cinco anos depois, 17% ainda estão ausentes e, após dez anos, essa percentagem cai apenas 2%, para os 15%.

Na Europa, o estudo “MERIT” revela que, após o nascimento do primeiro filho, as mulheres perdem em média 29% do seu rendimento, enquanto os homens ganham 12%. Em grande parte, porque a maternidade leva a que muitas deixem de trabalhar ou reduzam a carga laboral.

Enquanto nos países de leste, são poucas as mulheres que retomam o trabalho a tempo inteiro após a maternidade, no centro da Europa e países anglo-saxónicos as mulheres optam pela redução do horário de trabalho pago. Já no norte da Europa existe uma divisão mais igualitária das licenças, da responsabilidade familiar e do tempo dedicado ao trabalho pago.

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