O novo dilema do gestor
Mais uma semana que se inicia com a mesma fúria de todas as pretéritas! Organizar, analisar, planear, decidir, motivar, promover, reunir são parte integrante dos blocos desafiantes dos gestores do tempo moderno, vulgo “o novo normal”.
Por David M. Ferreira, Sales and Operation Director, Inhouse Services, na Randstad Portugal, para a newsletter Tendências 360, powered by Randstad
A tão falada produtividade torna-se o desafio diário, arrisco no limite em muitos casos a uma escala horária. Como gerir todas as tarefas/ acções inerentes à função? Como regular e optimizar o tempo de cada uma? Se por um lado, a IV Revolução Industrial, pautada pela rapidez de informação e comunicação disponibiliza ferramentas digitais que democratizam o planeamento e organização, por outro torna-nos reféns dela mesma. Um bom exemplo, promovido por todos nós, são o agendamento electrónico e o uso excessivo do correio electrónico. Levante a mão, quem nunca recebeu agendamentos de reuniões sem muitas vezes saber o motivo? Aparentemente é este o mundo cândido de transparência e liberdade que devassa e se torna dilacerante de qualquer mente organizada, perfeitamente consciente das suas funções e tarefas! Se olharmos atentamente para as nossas agendas, verificamos reuniões em catadupa, envolvendo grande parte da barra hierárquica de gestão empresarial. Este provavelmente, será o novo dilema da gestão XXI!
Reflectindo um pouco sobre este dilema, que provavelmente assola transversalmente grande parte das organizações, destaco um elemento comum: uma parte significativa do tempo de trabalho é utilizado em reuniões, onde analisamos e discutimos temas relacionados com processos e regras internas que criam ineficiências na base da nossa hierarquia (nesta zona/barra onde a agilidade, rapidez e eficiência na decisão impactam nos compromissos e resultados ). De uma forma geral, são estes os temas que escalam para o topo da hierarquia dando origem aos agendamentos extraordinários de reuniões.
É este paradigma, altamente desafiante para toda a pirâmide hierárquica, que impacta directamente a produtividade e eficiência das empresas. A tecnologia que hoje parece entupir a fluidez servirá para a garantir, através de ferramentas cada vez mais eficazes de planeamento, seja de reunião, seja de gestão de colaboradores e relação com os clientes. Um paradigma que não se altera com o domínio absoluto da máquina mas sim com a relação da mesma com as pessoas e a nossa capacidade de seleccionar onde vai estar o poder de cada um. Estou certo e acredito que este “novo normal”, em constante mudança e adaptação, quebrará este ciclo de forma inteligente, utilizando o recurso da revolução digital para nos colocar novamente no foco simples e funcional que as organizações e até as nossas vidas nos exigem!