O “rust out” está a afectar cada vez mais profissionais. Confirme se tem os sintomas (e o que deve fazer para o evitar)

Há um novo fenómeno a preocupar os gestores. O rust out, «enferrujamento» profissional, causado pela falta de oportunidades e progressão, está a aumentar. O MindTools explica como detectá-lo e deixa dicas para lidar com os sintomas. 

 

Imagine que já respondeu a todos os emails e que a lista de tarefas para aquele dia está terminada e a jornada laboral nem terminou. Uma pausa numa rotina de trabalho intensa sabe sempre bem, mas chegar diariamente a meio da tarde e já não ter nada para fazer é mais prejudicial do que se pensa. Várias investigações mostram que, além de contribuir para a falta de motivação e auto-estima, tem efeitos no engagement dos colaboradores com a organização. É o chamado “rust out” (enferrujamento, em inglês) e está a espalhar-se pelas empresas…

O termo, originalmente cunhado pela psicoterapeuta Paula Coles, refere-se ao aborrecimento crónico causado por um trabalho pouco estimulante. E embora possa parecer contraditório, fazer pouco pode ser tão emocionalmente desgastante como fazer muito, noticia o MindTools.

As causas do burnout e do rust out são opostas, mas os sintomas podem ser algo semelhantes. Aqueles que sofrem de rust out podem sentir-se agitados, mal-humorados ou ansiosos e podem procrastinar para evitar trabalhos que não os motivam. Se não for controlado, o “tédio prolongado” pode até afectar os hábitos alimentares e de sono, e levar à depressão.

 

Como detectar os sinais de rust out

Ainda que o rust out possa ser confundido com preguiça, na verdade, constitui um sinal de que aquele profissional superou o seu papel ou responsabilidades.

Talvez sinta que o trabalho é o mesmo todos os dias, sem sinal de mudança. Ou que não está alinhado com os seus valores pessoais ou as suas competências não estão a ser bem aproveitadas. A verdade é que não está a aprender nada novo.

E embora o rust out possa ocorrer em qualquer momento da sua carreira, estes sentimentos são particularmente comuns entre recém-licenciados e gestores intermédios. Os primeiros podem sentir-se limitados por uma função que não reflecte as suas capacidades e qualificações. Estes últimos podem sentir-se presos à rotina, incapazes de progredir e acreditar que a sua carreira estagnou.

 

Como lidar com o rust out

Detectar os sinais precocemente é a melhor maneira de lidar com o rust out antes que fique fora de controlo.

Seja honesto

Quando um trabalho se torna entediante ou insatisfatório, é fácil deduzir que precisa de novos desafios. Mas um novo emprego não é a única resposta.

Seja honesto com o seu gestor sobre como se sente e arranjem formas de incorporar mais do que gosta e o motiva na sua função actual. Pode haver mais oportunidades de “moldar” o trabalho ao seu gosto do que pensa.

Se está numa posição de gestão, seja compreensivo e aborde o assunto com cuidado. Garanta ao membro da equipa que está lá para ajudar e estabeleça um entendimento sólido do problema antes de oferecer soluções.

 

Identifique os seus valores

Uma razão comum pela qual as pessoas se sentem infelizes nos seus empregos é o facto de o trabalho não reflectir os seus valores. Considere os momentos de sua vida e carreira em que se sentiu mais feliz, orgulhoso e realizado.

Talvez tenha sido quando ajudou alguém num momento difícil, resolveu um problema aparentemente impossível ou teve bons resultados mensais. Depois de determinar o que é mais importante para si, poderá priorizar esses valores e orientar a sua carreira na direcção certa.

Como gestor, seja paciente e tenha uma mente aberta; esse processo pode levar tempo e até pode ouvir algumas verdades duras, mas é vital não ficar na defensiva. Na verdade, esse feedback é crucial para garantir que a sua equipa esteja a funcionar da melhor forma.

 

Encontre as suas paixões

Tem alguma competência especial que não está a ser utilizada? Por exemplo, uma veia criativa que passa despercebida numa função administrativa. Quando os pontos fortes e paixões são ignorados ou subestimados, é fácil perder a motivação.

Identifique o que faz melhor e explore formas de o incorporar no seu trabalho, bem como outras posições e oportunidades que melhor se adequam ao seu conjunto de competências.

É papel do gestor garantir que as funções dos colaboradores estão alinhadas com os seus pontos fortes, por isso, esteja atento às lacunas de competências na equipa. Que novas oportunidades esses profissionais poderiam aproveitar? De que apoio ou formação precisariam para as desenvolver? Como ajudá-los a alcançar os seus objectivos?

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