O salário emocional é cada vez mais valorizado pelos profissionais. Saiba como o implementar (de forma eficaz) na sua empresa

O salário financeiro é o que permite às empresas atrair talento e não restam dúvidas de que a justa retribuição financeira é que desperta a atenção de um candidato. Mas sem um bom ambiente de trabalho e componentes que facilitam a conciliação da vida profissional/pessoal, como a flexibilidade ou oportunidades de desenvolvimento pessoal, é expectável a rotatividade e os custos de produtividade para pessoas e empresas.

 

Num cenário de escassez de recursos humanos, num contexto pós-pandemia que trouxe novos valores como a saúde mental, o salário emocional emerge como um extra que pode funcionar como uma verdadeira arma de retenção de talento.

Esta foi uma das conclusões do webinar comemorativo de um ano de sessões do ‘Shall we talk about’, promovidos pela Adecco Training, que reuniu um painel de especialistas para falar do contexto de trabalho actual, com um novo paradigma que se foca em empresas mais humanizadas que apostam na motivação, no desenvolvimento e na retenção de pessoas.

Neste contexto, a Adecco Training dá nove dicas para implementar a remuneração emocional.

 

1. Horário de trabalho flexível
O dia de trabalho de oito horas deve ser respeitado. No entanto, a hora de chegada e saída do trabalho pode ser flexível e nem sempre tem de ter lugar no escritório. Neste momento, todos os empregadores devem estar conscientes de que cumprir um calendário rigoroso não é sinónimo de produtividade.

 

2. Teletrabalho
As novas gerações de profissionais estão a optar por empregos que incentivam o teletrabalho ou o trabalho a partir de casa. As novas tecnologias e a especialização das pessoas permitem o teletrabalho para aumentar a produtividade e melhorar o equilíbrio trabalho-vida pessoal. As empresas que encaram este contexto como a sua nova realidade adaptaram-se e criaram novas rotinas de gestão e acompanhamento das equipas por forma a promover a ligação e o engagement com a marca. As que ainda resistem vão encontrar muitas dificuldades no recrutamento e na retenção de talentos.

 

3. Desenvolvimento profissional e pessoal
Incentivar o desenvolvimento dos colaboradores, tanto a nível profissional como pessoal, irá potenciar a lealdade, ou seja a retenção das suas pessoas. Se a empresa atrai talento, vai querer desejar que a pessoa continue a desenvolver o seu projecto profissional e a melhorar os seus contributos. Os profissionais ganham não só novas competências e serão, também, mais produtivos.

 

4. Possibilidade de crescer na empresa
Juntar-se a uma equipa na qual se sabe à partida que, com o tempo e a aquisição de melhores competências, optará por um trabalho melhor, fará com que um profissional se sinta muito mais motivado. Além disso, saberá que os seus esforços serão recompensados, sentir-se-á mais estável e com vontade de melhorar dia após dia.

 

5. Ambiente de trabalho sem toxicidade
Ninguém gosta de trabalhar num ambiente hostil. Um ambiente de trabalho sem conflitos, onde poderá partilhar opiniões e sugestões, onde o feedback positivo é a norma, potencia a lealdade de um profissional à empresa. O trabalho de equipa deve ser encorajado e deve ser desenvolvida uma cultura de empresa em que cada colaborador conheça o seu valor.

 

6. Conciliar vida profissional e familiar
Neste aspecto, as empresas têm muitas opções para promover um bom equilíbrio trabalho-vida. Horário de trabalho flexível, dias de folga para tratar de assuntos pessoais, acolhimento de crianças dentro da empresa, possibilidade de ir trabalhar acompanhado pelo seu animal de estimação. Ao candidatar-se a um novo emprego, o salário emocional que vem com o emprego será um adicional com muito peso para reter a pessoa. A qualidade de vida que uma pessoa pode vivenciar numa organização pode ter precedência na aceitação de uma oferta depois da atracção com o salário financeiro.

 

7. Fazer parte das decisões empresariais
Qualquer empregador que tenha em conta a opinião das suas pessoas fá-los-á sentir-se parte dela, conscientes de que são fundamentais para o desenvolvimento da empresa. Caso contrário, o mais provável é o profissional sentir-se desvalorizado e com necessidade de procurar outro emprego onde o talento seja mais valorizado.

 

8. Ofertas para ‘desligar’ do trabalho
Uma empresa que possa dispor de lounges, salas de jogos ou um ginásio é deveras atractiva. A possibilidade de desligar durante alguns minutos durante o dia de trabalho beneficia a melhoria do desempenho das suas pessoas.

 

9. Garantir o bem-estar e saúde mental das pessoas
A organização deve compreender a carga de trabalho exigida aos seus colaboradores e se é viável a sua execução. Deve ainda reflectir sobre a clareza na comunicação entre as pessoas e o quanto os colaboradores realmente entendem o que é esperado de si. É essencial perceber se há um alinhamento real entre a teoria e a prática dos valores da empresa no terreno. Em relação a aspectos culturais mais profundos, é importante diagnosticar o nível de segurança psicológica entre as equipas e instrumentalizar os líderes para que possam promover ambientes mais seguros e saudáveis, além de estimular uma identidade partilhada no grupo.

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