O salário já não é suficiente para reter o talento. E agora?

Num mercado que contrata cada vez mais, a atracção e a fuga de talento são dois problemas na ordem do dia. Um estudo da Hays revela que 78% dos trabalhadores planeiam mudar de emprego este ano. 

 

O CEO da Hays, Alistair Cox, explica as razões que podem levar à saída dos colaboradores e como é que as organizações podem gerir o talento. Afirma, por exemplo, que «os colaboradores que trabalham remotamente sentem-se desligados com o local de trabalho» e refere também a crescente procura por uma maior flexibilidade de horas de trabalho. Outras razões podem passar pelo esgotamento, por não encontrarem sentido para o trabalho que fazem ou por falta de entusiasmo.

Tudo isto leva Alistair Cox a concluir que os empregadores devem prestar mais atenção às necessidades dos seus colaboradores. «Há mudanças importantes nas quais as empresas devem começar a pensar agora para minimizarem o risco de perda dos seus melhores colaboradores no futuro. Se não lhes oferecerem o que precisam para evoluir no mundo do trabalho, irão encontrar outra empresa que o faça», alerta.

Mas, afinal, como é que as empresas podem aumentar os seus níveis de retenção? Para o CEO da Hays deveria existir maior apoio aos interesses pessoais dos colaboradores, flexibilidade nos contractos, promoções e, por último, incentivos à mobilidade interna.

Sublinha, no entanto, que apesar dos esforços de algumas empresas, haverão sempre saídas inesperadas.  «Há um limite de coisas que um empregador pode fazer para manter os melhores talentos. Na maior parte das vezes, a decisão de deixar uma empresa é verdadeiramente pessoal e exclusivamente dos colaboradores», diz. Assim, de acordo com o responsável, as organizações devem ser capazes de promover conversas com os seus colaboradores sobre as suas ambições. Isso permitirá que o processo de saída possa ser mais ordenado.

Acrescenta ainda que «as pessoas deixarão a empresa a qualquer momento, isso é quase certo, mas se formos sinceros e abertos na forma como abordamos as conversas sobre o desenvolvimento da carreira desde o início, iremos mostrar, em primeiro lugar, que estamos a investir no desenvolvimento da sua carreira, e em segundo, vamos estar muito melhor preparados para entender as motivações e ambições individuais».

O estudo da Hays teve por base um inquérito realizado a 4500 pessoas, de mais de 100 países.

 

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