OGMA vai investir 90 milhões de euros e contratar 200 pessoas para se ajustar a novos contratos (que vão fazer a facturação triplicar)

A OGMA – Indústria Aeronáutica de Portugal está a investir 90 milhões de euros e a contratar 200 pessoas para se capacitar para novos contratos que irão permitir que a facturação da empresa triplique até 2027, adiantou o CEO.

 

Em declarações à Lusa, Paulo Monginho, presidente executivo (CEO) da OGMA destacou «dois projectos muito importantes».

«O primeiro é a preparação da nossa empresa em Portugal para fazer a manutenção dos motores» para «os aviões Airbus 320neo» e para «o E2 da Embraer», referiu.

Segundo o líder da empresa, «estes modelos de motores vão permitir à OGMA mais do que triplicar a sua receita nos próximos anos», adiantando que está a falar «de uma evolução extraordinária» para a empresa e «para a indústria nacional que entra directamente na cadeia de valor da Airbus ao nível dos motores e dos e-jets da Embraer».

Paulo Monginho indicou que «o contrato com a Airbus foi assinado em Dezembro de 2020 e com a Embraer foi assinado em Dezembro de 2021», referindo que são contratos «para mais de 40 anos e que pressupõem um investimento muito grande naquilo que na aeronáutica se chama de industrialização, ou seja, é capacitar a empresa com os meios técnicos e humanos para estar preparada para receber os motores».

«Isto passa por um investimento de 90 milhões de euros, que a OGMA está a fazer, e uma contratação de cerca de 200 postos de trabalho altamente qualificados», indicou, explicando que a «entrada do primeiro motor da Airbus está prevista para Abril de 2024, o que parece que é muito tarde, mas é absolutamente recorde o tempo que a OGMA está a levar para se capacitar».

Paulo Monginho deu ainda conta de um «segundo projecto estratégico» para a OGMA, detida, em 65%, pela brasileira Embraer, relacionado com o suporte à venda e «entrada em serviço da nova aeronave militar da Embraer, que é o KC-390», que a Força Aérea portuguesa adquiriu.

Segundo ao CEO, a receita anual da OGMA neste momento é de cerca de 230 milhões de euros, contando atingir «acima de 600 milhões até 2027».

A empresa tem, segundo o responsável, seis áreas de negócio fundamentais, e «está a apostar no aumento de capacidade para fazer manutenção de aeronaves comerciais, tudo o que são as aeronaves da família Embraer», indicou.

A OGMA vai ainda, até ao final do ano, lançar uma academia aeronáutica, «em que certifica técnicos de manutenção aeronáutica», disse o CEO, explicando que serve para «responder às necessidades operacionais» da empresa, inicialmente, «e depois numa segunda fase, se correr bem», a OGMA equaciona vender serviços nesta área.

A OGMA tem cerca de 1700 trabalhadores e irá agora contar, então, com o reforço de 200, destacou o presidente.

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