Os colaboradores desta tecnológica (e não só) vão ter férias ilimitadas. A tendência está a alastrar nos EUA
A partir de 16 de Janeiro, a Microsoft deixa de controlar as férias dos colaboradores contratados nos EUA, de acordo com um comunicado a que o Insider teve acesso.
«O colaborador não terá de registar formalmente o tempo de férias», anuncia o documento, justificando, «A forma como, quando e onde desempenhamos as nossas funções mudou drasticamente. E, à medida que nos fomos adaptando, actualizar a política de férias para um modelo mais flexível foi o próximo passo.»
Claro que a aprovação do manager será sempre necessária, tal como acontece nas empresas com tempo de férias “ilimitado”. Os colaboradores com férias não gozadas antes de 15 de Janeiro receberão o respectivo pagamento em Abril.
Além desta política de férias ilimitadas, nos EUA os colaboradores contratados terão à sua disposição outras medidas como 10 dias de folga, licenças e baixas médicas por doença e saúde mental, serviço de júri e luto.
Estas medidas aplicam-se apenas aos funcionários a contrato que trabalham nos Estados Unidos, já que a legislação laboral difere nos outros países onde a tecnológica está presente.
A tecnológica não é a primeira a implementar esta medida. Aliás, parece ser o mais recente “isco” das empresas para atrair e fidelizar o tão necessário talento.
Goldman Sachs, Netflix, Twitter e LinkedIn fazem parte do grupo, mas com algumas nuances. No Goldman Sachs, por exemplo, apenas os profissionais sénior têm acesso a um número ilimitado de férias. Já a Netflix tem uma política de eliminação de controlo, abrangendo férias, horas trabalhadas e idas ao escritório.
Para que a “moda” está a pegar e, segundo a Bloomberg, uma em cada dez empresas norte-americanas já adoptou este modelo. Mas convém não descurar o reverso da medalha, já que o “ilimitado” nem sempre traz só vantagens…
A gestão tem de certificar-se de que os objectivos são perfeitamente perceptíveis por toda a organização, sejam os gerais, os de cada departamento e até os estabelecidos para cada colaborador, pois só assim poderá ser garantida uma gestão de tempo e de trabalho eficaz.
É também fundamental que os líderes e gestores dêem o exemplo, no que toca a férias ilimitadas. Estudos americanos revelam que, apesar desse benefício, os colaboradores desfrutam apenas 11/12 dias de descanso por ano. Quando um CEO goza duas semanas de férias, é natural que o colaborador não se sinta confortável em tirar mais tempo.