Parque empresarial de Oeiras procura tecnológicas chinesas em Macau

A agência de promoção de investimento de Oeiras está em Macau a tentar atrair tecnológicas chinesas para um parque empresarial, uma parceria sino-portuguesa, cuja construção deverá começar ainda este ano, disse o líder da organização.

 

O presidente da Oeiras Valley Investment Agency (OVIA), António Martins da Cruz, disse que o concelho do distrito de Lisboa «está interessado em captar mais investimento, sobretudo da área tecnológica e da área da construção».

O antigo ministro dos Negócios Estrangeiros recordou que Oeiras já tem «o maior investimento chinês para 2025» em Portugal, um parque empresarial e habitacional, com 18 edifícios, cuja construção das infraestruturas deverá arrancar «provavelmente já este ano».

Este projecto é uma parceria entre a subsidiária em Macau da maior construtora do mundo, a estatal China State Construction Engineering Corporation (CSCEC) e o grupo português Teixeira Duarte.

«Mas há oportunidade de haver mais investimentos aproveitando a capacidade que têm as empresas chinesas desta área da Grande Baía», defendeu Martins da Cruz.

A Grande Baía Guangdong-Hong Kong-Macau é um projecto de Pequim para integrar Hong Kong, Macau e nove cidades da província de Guangdong numa região com mais de 86 milhões de habitantes e uma economia superior a um bilião de euros em 2023.

No sábado, a delegação de Oeiras vai ter reuniões com várias empresas na vizinha Hengqin (ilha de Montanha), que «estão interessadas em ir para Portugal, quer investir, quer encontrar parcerias», disse o presidente da OVIA.

Também lançada por Pequim, em 2021, a iniciativa da Zona de Cooperação Aprofundada entre Guangdong e Macau em Hengqin abarca uma área de cerca de 106 quilómetros quadrados e uma população de mais de 53 mil habitantes.

«Macau é obviamente a plataforma obrigatória para os portugueses, é uma janela de oportunidade que nós queremos aproveitar», sublinhou Martins da Cruz.

A China estabeleceu a Região Administrativa Especial de Macau como plataforma para o reforço da cooperação económica e comercial com os países de língua portuguesa em 2003 e, nesse mesmo ano, criou o Fórum de Macau.

Este mecanismo multilateral integra, além da China, nove países de língua portuguesa: Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Guiné Equatorial, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste.

Martins da Cruz disse que, quando o parque empresarial em Oeiras estiver terminado, o que deverá demorar até três anos, deverá sobretudo acolher empresas chinesas, mas sublinhou que o projecto «está obviamente aberto a todas as empresas».

«A mensagem é clara: Querem investir na União Europeia? Venham para Portugal e venham para Oeiras», disse o presidente da OVIA.

Martins da Cruz falou aos jornalistas à margem de um workshop sobre a OVIA realizado na Universidade Cidade de Macau.

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