Patrões portugueses são os menos instruídos da Europa

Portugal é o país da União Europeia (UE) onde há mais patrões sem o ensino secundário ou superior. Quase metade dos empregadores portugueses (49,4%) não têm escolaridade acima do ensino básico, segundo revela um estudo do portal Pordata, que retrata Portugal em 2019.

O «Retrato de Portugal na Europa: Edição 2019», divulgado hoje no âmbito do Dia Europeu das Estatísticas, mostra que o número de patrões com escolaridade básica é bem acima da média europeia, que se situa nos 16,6%. Já os trabalhadores por conta de outrem também são os menos instruídos entre os 28 países da UE: 42,2% não têm o ensino secundário ou superior, enquanto que o resto da Europa está nos 16,5%.

Segundo os dados da base de dados da Fundação Francisco Manuel dos Santos, a população activa com 15 anos ou mais é de 58,9%, ligeiramente superior à média europeia, de 57%. Há 60,2% de homens empregados e 50,4% de mulheres.

Desses, 22% têm contrato de trabalho temporário. Portugal fica apenas atrás de Espanha e Polónia entre os 28 países da UE (14,2%).

A população empregada a tempo parcial é, hoje, de 10,5%, enquanto a média europeia corresponde a 20,1%.

As mulheres, por sua vez, representam a fatia mais desempregada. Enquanto a taxa de desemprego nos homens é de 6,6% (a média da UE), a das mulheres situa-se nos 7,4%, acima da média europeia (7,1%).

Quanto ao tempo que dedicam aos empregos, os trabalhadores portugueses trabalham mais cinco horas semanais que o resto dos países da UE. Enquanto a média europeia está nas 30,2 horas semanais, os portugueses trabalham 35,8 horas por semana.

Contudo, Portugal é um dos países onde a produtividade laboral por hora de trabalho é mais baixa (64,1%) face à média da UE (100%).

Remunerações 
Ainda em matéria de emprego, a remuneração média dos trabalhadores por conta de outrem em Portugal permanece abaixo da média dos países da UE. O poder de compra padrão (PPS) em Portugal é de 25.516 PPS, com o país a ocupar o 21.º lugar de uma lista encabeçada pelo Luxemburgo, com 56.900 PPS. No entanto, o Pordata refere que a média da UE é de 37.003 PPS.

Ao nível do salário mínimo anual, Portugal ocupa o 15.º lugar da tabela, com 807 PPS. O Luxemburgo (1.636 PPS) e a Bulgária (566 PPS) encontram-se em primeiro e último lugar, respectivamente.

O documento do Pordata junta um resumo de indicadores sobre Portugal, em comparação aos restantes Estados-membros da UE, divididos por 11 áreas, como população, rendimento, educação, saúde, emprego, protecção social, ciência ambiente ou transportes.

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