Pedro Brandão, NOS «Só seremos melhores enquanto organização se fizermos crescer as nossas pessoas»
A NOS lançou um programa inovador de formação em Analítica Avançada de Dados (AA) para os seus colaboradores, desenvolvido em parceria com a Nova SBE Executive Education e a LTPlabs, com o objectivo de dar a conhecer as potencialidades da AA à generalidade da organização. Falámos com Pedro Brandão, director de Market & Customer Intelligence da NOS, sobre a importância desta iniciativa.
Por Sandra M. Pinto
O programa FAAST (Forward the Advanced Analytics Smart Transformation), vai abranger cerca de 500 colaboradores da NOS, «com um foco particular nos perfis não-técnicos, isto é, sem formação de base em áreas tecnológicas, incluindo membros das várias unidades de negócio, directores e administradores», avança Pedro Brandão.
Qual a importância da Analítica Avançada de Dados (AA) na estratégia de crescimento de negócio da NOS?
Os últimos anos proporcionaram uma evolução muito significativa à forma como a Modelação Matemática e a Engenharia de Computação são aplicadas a grandes quantidades de dados. Esta evolução tecnológica tornou-se democrática sob vários aspectos e, por isso, acessível às organizações.
Com este enquadramento, os dados deixaram de ser utilizados apenas como espelho retrovisor que descreve o passado e promove decisões humanas, mas passaram a ser usados principalmente como preditor do que vai acontecer no futuro e prescritor do que devemos fazer. Esta é a grande alteração promovida pelas tecnologias cognitivas.
A NOS utiliza há vários anos estas tecnologias cognitivas, como o Machine Learning e a Inteligência Artificial, no entanto acredita que este é o momento para escalar esta utilização tecnológica a todas as suas dimensões operacionais e de negócio, a todas as suas decisões e a todas as suas pessoas.
O papel da analítica avançada na estratégia de crescimento de negócio da NOS está muito ligada às suas características fundamentais enquanto empresa, e está ligada também à sua vocação.
Em primeiro lugar, precisamos de tomar em consideração que a NOS é uma produtora natural de dados em quantidades extraordinárias e com várias naturezas. Em segundo lugar, o que devemos ter em conta é que a NOS possui uma estrutura operacional extremamente ampla que inclui desenvolvimento de rede, operações sobre esta rede, sistemas de informação, operações de logística, de forças de terreno, de serviço a cliente, de atendimento técnico. Possui ainda estruturas de Marketing e Vendas de grande dimensão, assim como estruturas financeiras e de ativação e desenvolvimento de pessoas.
Em todas estas estruturas operacionais, são tomadas decisões muitas vezes estruturais e outra vezes granulares com milhares de decisores intervenientes com um conhecimento detalhado forte de cada operação em ambientes de elevada complexidade.
Nestes contextos, os dados, o Advanced Analytics e as Tecnologias Cognitivas permitem decisões aumentadas (augmented) condensando conhecimento e resolvendo a complexidade de forma muito mais ágil do que o humano de forma individual. Estas tecnologias têm funções preditivas sobre o que vai acontecer e, acima de tudo, prescritivas sobre o que devemos fazer a cada decisão granular que tomamos.
A vocação da NOS é permitir a melhor experiência possível aos seus clientes, este é o território de maior aplicabilidade de Advanced Analytics, Tecnologias Cognitivas e Decisões Aumentadas na nossa empresa. Estas tecnologias são um extraordinário disruptor de experiência de cliente e este corresponde ao maior compromisso da NOS.
Lançam agora um programa inovador de formação nesta área. Quais os seus objetivos principais?
É fundamental que estas tecnologias cognitivas não fiquem fechadas aos especialistas, isto é, à Modelação Matemática e à Engenharia de Computação. É fundamental que estas tecnologias sejam de universal conhecimento e aplicação por toda a organização. Neste enquadramento é muito importante criar uma mecânica disruptiva de aproximação das pessoas à Analítica Prescritiva, ao Machine Learning e à Inteligência Artificial, indiferentemente da sua função na empresa e indiferentemente ao seu papel na organização. No fundo estamos a falar de um ponto de descontinuidade positiva que é percebido por todos e sinalizado pelo kick off do programa FAAST no dia 24 de Janeiro em que a Human Resources Portugal esteve presente.
Acreditamos que esta mecânica disruptiva, ou descontinuidade positiva, far-se-á de duas forma fundamentais que diria serem complementares.
Em primeiro lugar, através de um programa de formação universal e massificado dos perfis de gestão ligado a operações de negócio, a marketing e vendas e a finance, o FAAST. Trata-se de um programa que cobre todos os papeis na organização, todas as senioridades e todos os níveis de responsabilidade. Estamos a falar de preparar a organização para fazer acontecer.
Em segundo lugar, esta disrupção far-se-á também através de um investimento estrutural em projectos destas características aplicados a todas as áreas da NOS e a todos os seus desafios mais estruturais e mais granulares, e esse é também o grande compromisso da NOS. Aqui estamos a falar de fazer efetivamente acontecer com Advanced Analytics e Tecnologias Cognitivas.
Definidos esses objectivos de que forma se encadeiam eles nos valores e na cultura da empresa?
Este programa de formação inovador vai abranger numa primeira instancia cerca de 500 colaboradores da empresa, com um foco particular nos perfis não-técnicos, isto é, sem formação de base em áreas tecnológicas, e incluindo membros das várias unidades de negócio, directores e administradores.
O investimento neste programa formativo enquadra-se e responde a dois pilares estratégicos da empresa: o da valorização e capacitação constante das suas pessoas e o da inovação no desenvolvimento e disponibilização dos melhores e mais avançados produtos e serviços aos portugueses.
Qual a importância destas e de outras formações para a evolução dos vossos colaboradores e de que forma se integram elas na vossa política de Recursos Humanos?
Só seremos melhores enquanto organização se fizermos crescer as nossas pessoas, as tornarmos mais capazes, mais informadas, mais prontas para explorar novos caminhos e para desafiar, e a formação tem um papel preponderante nesta missão de crescimento conjunto. O investimento em formação sempre foi central para a NOS, mas apresenta-se cada vez mais como um pilar fulcral na vivência da nossa cultura.