Pedro Rocha e Melo, Grupo José de Mello: «Hoje, são os colaboradores que escolhem as empresas onde querem trabalhar.»
O Grupo José de Mello, de cariz familiar, tem um legado empresarial com mais de 120 anos, integra empresas de sectores diversificados, e é um dos maiores criadores de emprego em Portugal. No ano passado, deu início a uma nova estratégia de crescimento, suportada na aposta no desenvolvimento das suas pessoas.
Por Ana Leonor Martins | Fotos Nuno Carrancho
São muitos e diversos os factores que contribuem para o sucesso dos negócios, mas são as pessoas, dentro da organização, que realmente formulam estratégias e executam planos e processos para que um negócio se torne bem-sucedido.» Quem o afirma é Pedro Rocha e Melo, administrador executivo do Grupo José de Mello, com o pelouro das Pessoas e Gestão de Talento, que, em entrevista exclusiva à Human Resources, falou da importância que essa área assume naquele que é um dos maiores grupos nacionais, e de como se mantêm atractivos – e competitivos – num mercado cada vez mais concorrencial e num contexto cada vez mais incerto.
No contexto desta revisão estratégica, estão a a desenvolver um projecto de gestão integrada e transversal de talento ao nível do Grupo. E também definiram o seu propósito, de raiz. Pedro Rocha e Melo não tem dúvidas de que isso, a acrescer a uma «cultura forte e reconhecida» e a valores bem definidos – Competência, Inovação e Desenvolvimento Humano – contribui para a sua diferenciação da sua marca de empregador. «Cada vez mais, os jovens procuram um propósito e uma cultura organizacionais que os inspire e com os quais se sintam envolvidos.»
Em 2021, o Grupo José Mello deu início a uma nova estratégia para o crescimento. Em que consistiu?
A definição da nossa nova estratégia de crescimento foi antecedida de um longo período de reflexão que realizámos, entre 2020 e 2021, num processo colaborativo que envolveu alguns dos nossos principais stakeholders. Para este novo ciclo de desenvolvimento, traçámos um conjunto de objectivos ambiciosos que nos vão acompanhar nos próximos tempos.
Que objectivos são esses?
Em primeiro lugar, assegurar um desempenho de excelência dos actuais negócios e reforçar o nosso posicionamento nos sectores em que operamos, nomeadamente através da Bondalti, da CUF e da Brisa.
Em paralelo, queremos identificar novas oportunidades de investimento a partir de Portugal, alargando a base geográfica e sectorial, intensificando o compromisso com uma actuação responsável a nível ambiental, social e económico, e implementando uma agenda de inovação de forma a transformar, com valor, as nossas empresas e desenvolver novas oportunidades.
Para que estes objectivos sejam alcançados, acrescento e destaco um último que marca de forma inequívoca a nova etapa de crescimento que estamos a viver: a aposta no desenvolvimento das nossas pessoas e o reforço do talento das nossas equipas. Q
Quais têm sido os principais desafios nesse caminho?
Os desafios com que nos deparamos são comuns a muitas empresas e grupos empresariais e decorrem do contexto de grande incerteza e indefinição que vivemos, em resultado de duas situações de grande impacto: uma pandemia à escala planetária, que marcou as nossas vidas e condicionou negativamente a actividade económica nos últimos dois anos, e o conflito militar entre a Rússia e a Ucrânia, que provocou uma grande crise de refugiados, uma alteração profunda do paradigma geopolítico, e um significativo aumento do preço da energia e de muitas matérias-primas, sobretudo na Europa.
É administrador do Grupo José de Mello e tem a responsabilidade, entre outras, do pelouro de Recursos Humanos. Já evidenciou a vossa aposta nas pessoas… Que importância esta área assume na resposta a esses desafios e na gestão do negócio?
Temos um longo histórico de resiliência e enfrentámos, até aos dias de hoje, enormes desafios e adversidades. Não tenho dúvida de que as nossas pessoas têm tido um papel primordial na forma como temos ultrapassado as dificuldades, e têm certamente um papel essencial no futuro do Grupo.
São muitos e diversos os factores que contribuem para o sucesso dos negócios, mas são as pessoas, dentro da organização, que realmente formulam estratégias e executam planos e processos para que um negócio se torne bem-sucedido.
Quando os colaboradores se sentem integrados e são tratados com confiança, é fácil perceber o seu valor e potencial, enquanto elementos vitais para o funcionamento e actuação da empresa.
Ao considerarmos as pessoas como um dos pilares que norteiam a nossa actuação, ambicionamos promover cada vez mais o envolvimento dos nossos colaboradores e apostar em iniciativas em prol do seu desenvolvimento e progressão.
Nesse âmbito, quais são actualmente, para vocês, os principais desafios e os temas mais prementes?
Trazer as pessoas para a primeira linha das preocupações é essencial para o nosso futuro e para a transformação que queremos fazer. No contexto da revisão estratégica e de um conjunto de mudanças estruturais que realizámos, estamos a desenvolver um projecto de gestão integrada e transversal de talento ao nível do grupo.
Neste sentido, é necessária uma grande articulação entre as várias áreas e responsáveis de Recursos Humanos, nomeadamente da Bondalti e da CUF, que são as empresas com maior número de pessoas e onde temos muito talento potencial.
Leia o artigo na íntegra na edição de Setembro (nº.141) da Human Resources, nas bancas.
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