Pensar em well-being é ser audaz

Há, hoje, uma maior predisposição e atenção ao tema do well-being, mas para que seja efectivamente consequente, é preciso ter uma base científica robusta e perceber as reais necessidades das pessoas.

 

Por Daniela Lima, Managing partner da Swaifor

 

Independentemente das diferenças, o foco das pessoas é comum: sentirem-se bem com o que fazem (propósito) e serem saudáveis, física e mentalmente. Mas como? O desafio que assumo de forma sistemática é a reflectir no “como”, que estratégias desenvolver e implementar no sentido de promover o well-being individual em contexto organizacional. É audaz, trabalhar o bem-estar em contextos tão exigentes como as organizações, mas, ainda assim, é possível fazê-lo!

Nos nossos dias, as organizações não são alheias a esta necessidade e, como tal, promovem as mais diversas iniciativas de well-being. Estas iniciativas são louváveis, mas funcionam apenas como paliativos. Contudo, quando se projecta uma cultura de well-being organizacional, este conjunto de práticas desgarradas podem ser nocivas. Porque podem ser entendidas pelas pessoas como verdadeiras “operações de cosmética” (marketing organizacional). E, inevitavelmente, irão produzir poucos ou nenhuns efeitos sobre o well-being individual.

Neste impasse, entre as organizações e as pessoas, temos de perguntar às “nossas” pessoas o que querem, de forma clara e despretensiosa. Temos de comunicar de forma assertiva a nível interno, para obter as respostas de que necessitamos, no sentide de evoluir em matéria de well-being. Espera-se por parte das organizações, dos líderes, dos gestores de Pessoas, das chefias e dos Well-Being managers, uma articulação coerente entre as políticas e as práticas existentes nestes contextos, sob pena de descredibilizar e arruinar estas iniciativas, vitais para as “nossas” pessoas.

Felizmente, como em tudo na vida, também o well-being organizacional terá tendência a evoluir, por força das rápidas mutações que se operam actualmente, na trilogia pessoas, tecnologia, negócio. Contudo, é vital assegurar alguns critérios para que tal aconteça: 1) Delimitar o que é o well-being; 2) Definir que dimensões deve integrar; 3) Seleccionar os eixos estratégicos para o negócio que vão ser alavancados.

O diagnóstico organizacional deve ser rigoroso e assente numa base científica robusta, com ferramentas e instrumentos validados cientificamente para “medir o que é suposto medir”. Estes funcionam como o garante do posicionamento real das várias dimensões do well-being, em contexto organizacional: WB Mental, WB Social, WB Físico e WB Financeiro.

Em suma, o well-being organizacional impor-se-á como uma dimensão estratégica para o negócio, com as suas especificidades e com o conjunto de profissionais (os Well-Being managers) que irão agregar valor e promover a sustentabilidade do negócio.

 

Este artigo foi publicado na edição de Novembro (nº.155) da Human Resources, nas bancas.

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