
Português distinguido com prémio internacional focado na interacção Pessoa-Máquina
Tiago Guerreiro, investigador e docente da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa (Ciências ULisboa), foi distinguido com o prémio ACM SIGCHI Societal Impact Award 2025 é o primeiro português a receber este galardão. Trata-se de uma distinção internacional que reconhece investigadores cujos trabalhos têm um impacto significativo na sociedade, no que respeita à Interacção Pessoa-Máquina.
A Association for Computing Machinery (ACM) é a maior associação mundial na área da computação e o Special Interest Group on Computer-Human Interaction (SIGCHI) é o seu maior grupo de interesse, representando amplamente a comunidade internacional de Interacção Pessoa-Máquina. O prémio Societal Impact Award é concedido a um número restrito de investigadores, sendo considerado «um dos mais altos reconhecimentos na área».
«Toda a minha investigação tem a sociedade e as pessoas como foco e, assim, mesmo a investigação mais fundamental é realizada com uma forte consideração sobre as implicações e o potencial positivo dessas tecnologias no nosso mundo. Grande parte dos projectos que conduzo são realizados em contexto real com colaborações com instituições e indivíduos e existe também um impacto a curto prazo, dado que procuramos sempre deixar algo disponível, quer seja uma plataforma, protótipos ou um software que permita apoiar o grupo de pessoas em causa, quer sejam idosos ou crianças com deficiência visual», explica o investigador Tiago Guerreiro.
O trabalho de investigação do também docente da Faculdade de Ciências foca-se no desenho, desenvolvimento e avaliação de sistemas interativos nas áreas de acessibilidade e saúde. Entre os seus contributos destacam-se:
- Tecnologias acessíveis para pessoas com deficiência visual: Trabalhando há quase duas décadas com instituições dedicadas à formação de pessoas com deficiência visual, como é o caso da Fundação Raquel e Martin Sain, desenvolveu métodos inovadores de interacção com dispositivos móveis, incluindo um método de entrada de texto multi-toque baseado em Braille.
- Inclusão de crianças com deficiências visuais: Em colaboração com escolas de referência, criou ambientes tangíveis que permitem a crianças com deficiências visuais aprender programação de forma inclusiva, promovendo a colaboração entre alunos com e sem deficiência visual.
- Tecnologia aplicada à saúde: Em parceria com clínicos, desenvolveu plataformas como o DataPark, que monitoriza doenças neurodegenerativas e já impactou a avaliação de mais de 4000 pacientes.