Produtividade de Portugal é cada vez menor face à média europeia

De acordo com o Estado da Nação: Educação, Emprego e Competências em Portugal, um relatório anual da Fundação José Neves, Portugal está entre o grupo de países da União Europeia com a produtividade mais baixa. Em 2019, era o sexto país com menor produtividade, apenas acima de países como a Roménia, Polónia, Letónia, Grécia e Bulgária. As principais conclusões vão ser apresentadas hoje, a partir das 15h, e pode assistir evento em directo.

 

O estudo mostra que Portugal tem perdido terreno face à média da União Europeia e nem o aumento das qualificações das gerações mais jovens inverteu essa tendência.

Desde 2000, a produtividade portuguesa nunca ultrapassou os 70% da média europeia, valor atingido entre 2006 e 2010 e em 2013. Em 2019, antes do início da crise pandémica, a produtividade dos portugueses era equivalente a 66% dos trabalhadores da União Europeia.

São vários os factores relacionados com as qualificações que contribuem para a produtividade. Empresas com uma força de trabalho mais qualificadas são mais produtivas, mas o ajustamento entre qualificações e profissões também é essencial.

Segundo o estudo, além das qualificações de base, a aposta das empresas na formação dos seus trabalhadores também pode aumentar a produtividade em 5%, mas apenas 16% das empresas portuguesas o faz.

Os jovens estão cada vez mais qualificados, mas as qualificações dos trabalhadores com menos de 35 anos apenas contribuem para ganhos de produtividade quando os jovens têm um peso superior a 40% no total de trabalhadores das empresas. Se os jovens representarem entre 10% e 40% não há melhorias na produtividade e se forem menos de 10% o efeito na produtividade pode ser negativo.

As qualificações dos gestores pesam praticamente tanto para a produtividade como as dos trabalhadores, mas apesar de terem vindo a aumentar, Portugal continua a ter a maior percentagem de empregadores que não terminou o ensino secundário. Em 2021, este era o caso para 47,5% dos empregadores, praticamente o triplo da média europeia que se fixou em 16,4%.

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