Produtividade versus Sustentabilidade – Qual o caminho para o Bem Estar?
Por António Saraiva, Business Development Manager na ISQ Academy
Um dos grandes temas que se encontra na ordem do dia em Gestão de Pessoas é sem sombra dúvida o Bem Estar. E não há como passar ao lado de uma dicotomia que recentemente tem sido colocada para reflexão: Quando falamos de Bem Estar, estaremos a falar de Produtividade, ou de Sustentabilidade? Ou deveras de um equilíbrio de conceitos?
O conceito de produtividade tem íntima relação com o elevado desempenho organizacional e a eficiência na entrega de resultados. A diferença entre produzir e ser produtivo tem muito a ver com um fator que muitas vezes é descurado: o planeamento! Ou seja, não estamos a falar na massificação da produção, mas no planeamento de objetivos das pessoas numa Organização.
Nesta linha, podemos enquadrar a produtividade como fator de motivação e que pode, inclusivamente, evitar rotatividade nas organizações. Mas isto se a mesma estiver relacionada com critérios de reconhecimento pelo desempenho efetivo de cada um.
Ao falarmos em sustentabilidade, associamos o conceito a preservação de recursos naturais. Mas, hoje em dia, o mesmo alargou-se ao mundo corporativo, quer ao nível de uma mudança organizacional de hábitos de consumo interno e de produção, mas acima de tudo ao incentivo pelo desenvolvimento dos colaboradores de uma Organização e às iniciativas no âmbito da saúde e bem estar físico e psicológico.
Mas a sustentabilidade apela ao envolvimento dos colaboradores na tomada de decisões organizacionais mais estratégicas e ao planeamento de ações sequentes, assim como se alarga a uma participação mais ampla na Sociedade, nomeadamente ao nível da Responsabilidade Social.
Mas não há que gerar antagonismo entre produtividade e sustentabilidade: acima de tudo há que gerar um equilíbrio positivo entre entre as necessidades de cada colaborador e as necessidades da Organização. Muito menos há que gerar uma controvérsia entre os conceitos de produtividade e bem estar. Cada vez mais o bem estar está na agenda de quem trabalha, aliado a flexibilidade e autonomia. Há acima de tudo que repensar a Cultura Organizacional numa lógica de empatia e abertura comunicacional e observar as necessidades das pessoas de per si, assim como analisar todos os indicadores que ampliem a sua satisfação.
Promover a aliança entre produtividade e a sustentabilidade é a solução. Reside aqui o crescimento contínuo do negócio, ao mesmo tempo que se atingem elevados níveis de bem estar. O que importa, no fundo, é que as Organizações sejam capazes de Entregar Valor aos seus Clientes. Sejam eticamente reconhecidas e respeitem as pessoas e o ambiente.
Sem dúvida que têm de gerar Valor para investidores e acionistas, que proporcionam o crescimento e a inovação. Mas que simultaneamente, invistam nas suas Pessoas, numa lógica do designado Trabalho Digno, incluindo formação e capacitação. É, pois, igualmente necessário que as Organizações apostem na qualidade de vida e no bem estar pessoal. Globalmente, os estudos mais recentes reforçam que é possível ser tão ou mais produtivo quando existe uma adequação do planeamento de trabalho do colaborador às suas responsabilidades e necessidades pessoais e familiares, nomeadamente esse seu bem estar. Este é um benefício decisivo, por exemplo, para a retenção de pessoas numa Organização.