Profissionais portugueses dão mais importância à saúde e ao bem-estar do que à carreira
Um estudo realizado pela Michael Page indica que os profissionais dão mais importância à saúde e ao bem-estar. Esta maior valorização da saúde mental e de ambientes de trabalho saudáveis, em detrimento da progressão profissional, representa uma enorme mudança cultural. Estas são conclusões do estudo Talent Trends 2024 da Michael Page, que aborda a saúde mental no local de trabalho, entre outros aspectos.
Acompanhando a tendência do resto da Europa, os profissionais portugueses mostram-se disponíveis para dar prioridade à saúde e ao bem-estar, em detrimento de outros aspectos profissionais mais tradicionais, uma tendência que aumentou desde 2023.
Mais de metade (60%) afirma que rejeitaria uma promoção que significasse sacrificar o equilíbrio entre a vida pessoal e profissional.
O estudo revela ainda que as mulheres, as pessoas com mais de 50 anos e as que estão satisfeitas com o seu salário actual têm uma maior probabilidade de escolher o bem-estar, em detrimento de uma promoção.
Assinalando o Dia Mundial da Saúde Mental, que se celebra a 10 de Outubro, definido pela OMS, este ano sob o tema “It is time to Prioritize Mental Health in the Workplace”, a Michael Page destaca a necessidade de implementação de estratégias que contribuam para a valorização da saúde mental. Salienta ainda a necessidade de reforçar o investimento na saúde mental por parte das empresas e de eliminar barreiras, como a falta de abertura na comunicação e a relutância em discutir questões de saúde mental para combater estigmas, como fatores determinantes para o desenvolvimento das organizações.
A falta de equilíbrio entre as responsabilidades pessoais e profissionais, a pressão para atingir metas irrealistas e o ambiente de trabalho tóxico, que resulta muitas vezes de uma cultura de microgestão, aliada a incertezas económicas, encontram-se entre as principais causas dos problemas de saúde mental, que afetam cerca de 30 a 40% dos profissionais portugueses.
O estudo revela ainda que o impacto da saúde mental mede-se também na produtividade. Promover ambientes de trabalho saudáveis é, não só uma questão de bem-estar, mas também de performance e sustentabilidade das próprias organizações.