Qual o impacto da tecnologia na Gestão de Talento?
“Consumer Journey: O Consumidor no Centro da Transformação Digital”. Foi este o tema proposto para debate na quinta edição do Fórum Digital Engagement da GS1 Portugal – Codipor, realizado esta semana. Com a ajuda de vários parceiros, procurou debater-se os desafios, oportunidades e tendências em termos de adaptação dos consumidores, empresas e universidades à era digital.
A Altice, a Associação Portuguesa para o Desenvolvimento das Comunicações, a Google Portugal, a Mercer | Jason Associates, a Microsoft Portugal e a Nova SBE foram as organizações convidadas a apresentar casos de sucesso que se destacam pela inovação na cadeia de valor.
Como kick off à discussão, João de Castro Guimarães, director executivo da GS1 Portugal, começou por justificar a relevância do tema escolhido para esta iniciativa pela sua inclusão entre as macrotendências que se encontram a moldar o mercado. Face a esta realidade, considera que o papel da GS1 passa «apoiar a melhoria da competitividade de todos os agentes que participam na cadeia de valor – produtores, distribuidores, armazenistas, consumidores, decisores, mundo académico e demais interlocutores institucionais – num ponto de encontro que promova a partilha de conhecimento e casos de sucesso no âmbito da economia digital, sobretudo os que se destacam pela inovação».
O responsável da GS1 Portugal – Codipor, fez também notar a necessidade de «equacionar a experiência do consumidor na era digital e o modo como o tecido empresarial pode potenciar esta oportunidade».
«A tecnologia está a invadir-nos». A esta provocação, Marco Gomes, human Digital da Mercer | Jason Associates, respondeu que «o grande desafio que precisamos de perceber está em como podemos organizar o trabalho daqui para a frente sabendo que é esta a realidade e como tirar partido da tecnologia para aumentarmos as nossas capacidades».
Para o responsável, há quatro principais tendências identificadas que podem ditar o caminho a percorrer para assegurar a ligação entre empresas, talento e tecnologia: alinhar o trabalho a desenvolver para criar valor no futuro; adoptar uma marca que crie ressonância nos colaboradores, candidatos, parceiros e clientes e responda ao poder da voz colectiva; simplificar a experiência de trabalho; e entregar mudança sustentada no talento. A meta é «inspirar um mindset de crescimento através da reformulação de estruturas, workflows e estratégias de gestão talento que enderecem a necessidade de repensar o ciclo de vida de recursos humanos e abracem o digital», disse.
Por sua vez, Miguel Moreira, advisor do Digital Business Center da Nova SBE, apontou uma tendência para a qual o mercado ainda terá de encontrar respostas. «À medida que a tecnologia cresce, o ganho em termos de produtividade está bem longe de acompanhar o que a tecnologia permite», afirmou, sublinhando que cabe às empresas «ir muito mais fundo, nos processos e nas qualificações, para retirar tudo o que a tecnologia coloca à nossa disposição».
Como explicou Miguel Moreira, a realidade é que 45% das tarefas actuais podem ser substituídas por tecnologia de automação já existente. Perante esta realidade, deixou o recado: «A sociedade não está ainda preparada para entender o conceito de formação ao longo da vida, sendo necessário encontrar processos de formação diferentes. O que vai ser o ensino no futuro? Personalizado, mais prático, centrado na aprendizagem, na micro-certificação, na gratificação imediata, ao longo da vida e social».
Acrescentou ainda que, «o caminho para mais e melhor emprego obriga a um alinhamento e à corresponsabilização dos interessados, no qual a tecnologia se apresenta como uma ferramenta poderosa se aplicada em conjunto com novos processos e skills».