Qual o peso do preço no comportamento de compra dos portugueses? E onde (e como preferem) comprar?

O mais recente estudo europeu sobre os hábitos de compra dos consumidores, da Cofidis Portugal, indica que, nos últimos três anos, 82% dos portugueses reduziram os gastos devido ao aumento dos preços.

 

Em comparação com os consumidores europeus, os portugueses encontram-se pressionados pela subida dos preços, uma vez que dos 1055 portugueses inquiridos (95%) prestam atenção ao preço, 94% pensam cuidadosamente antes de comprar, e 87% compram apenas o que necessitam, embora 82% responda que gostava de ter possibilidade para gastar mais.

Também nos últimos três anos, os consumidores nacionais alteraram os seus hábitos de pagamento quando fazem compras. Esta alteração no comportamento dos portugueses justifica-se sobretudo porque os processos de compra se tornaram mais simples e acessíveis para 46% dos inquiridos.

Já 43% dos participantes portugueses responderam que alteraram os hábitos de compra devido à inflação. A opção BNPL (Buy now, pay later) é apontada como preferencial nos métodos de pagamento, seguida pela opção de diluir os pagamentos em três ou quatro prestações.

Relativamente às questões relacionadas com a facilidade de pagamento em compras não alimentares online e em lojas físicas, os portugueses afirmam que estão mais informados online (48% afirma ter informação da divisão de pagamentos em três ou quatro pagamentos, 39% afirma ser informado sobre a possibilidade de crédito, e 38% tem conhecimento sobre a opção BNPL).

No que diz respeito às compras em lojas físicas, 42% foi informado de que pode pedir a divisão de custos em três ou quatro pagamentos, e 40% tem conhecimento do recurso ao crédito.

No geral, os portugueses aproveitam a facilidade de pagamento sobretudo na compra de electrodomésticos, produtos tecnológicos e de alta tecnologia e nas férias, seja online ou em lojas físicas.

Quanto aos montantes médios em que utilizam facilidades de pagamento, destacam-se as compras a crédito, com uma média de 972 euros, os pagamentos em três ou quatro prestações com uma média de 458 euros, e por último os pagamentos efectuados através da opção de BNPL, com uma média de 453 euros. Na Europa, estes valores são 1135 euros, 734 euros, e 684 euros, respectivamente.

O estudo revela também que os portugueses continuam a preferir os pagamentos em loja através de cartão (92%). As opções de pagamento através de Apple Pay, Google Pay, Samsung Pay ou MB Way são geralmente adoptadas por 55% dos inquiridos.

Curiosamente, os consumidores portugueses que utilizam mais os pagamentos por código QR (45%), do que os consumidores europeus (33%). Também pagaram mais utilizando o smartphone do retalhista (37%), ficando acima da média europeia (33%).

Sobre os hábitos de consumo, 39% dos portugueses afirma fazer compras online uma vez por mês, e 8% pelo menos uma vez por semana. Comparativamente à Europa, os portugueses preferem fazer compras online em sites de marcas que têm lojas físicas, sobretudo nas categorias de electrodomésticos, produtos de tecnologia e high tech, e desporto. Quanto às compras em lojas físicas, 17% dos inquiridos faz compras pelo menos uma vez por semana, e 47% uma vez por mês, destacando-se os produtos de produtos de tecnologia e high tech, electrodomésticos, e jogos e brinquedos.

Quase 90% dos portugueses optam pela proximidade/acessibilidade das marcas e dos sites quando escolhem fazer compras e 75% vão sempre às mesmas lojas. Ao fazer compras online, 97% considera que a marca de pagamento (Visa, Mastercard, Paypal, o seu banco ou outras empresas financeiras) é a opção que lhes transmite maior segurança.

O estudo europeu sobre os hábitos de compra dos consumidores realizou-se entre os dias 28 de Fevereiro e 8 de Março. Desenvolvida pela agência internacional de estudos de mercado Harris Interactive, esta análise, baseada em 9872 inquiridos, aprofunda o conhecimento sobre os hábitos de compra e de pagamento dos consumidores em Portugal, França, Alemanha, Itália, Espanha, Bélgica, Polónia, Dinamarca, Suécia e Países Baixos.

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