Quase 70% dos professores portugueses pedem mais livros e materiais impressos para trabalhar nas aulas

Um novo inquérito a nível europeu encomendado pela Epson mostra que 66% dos professores e 66% das famílias portuguesas querem que seja dada mais atenção aos materiais impressos na sala de aula, tais como manuais escolares e fichas de trabalho impressas.

A notícia surge após anos de forte investimento em tecnologia educativa, especialmente em computadores portáteis para os alunos de toda a Europa Ocidental. Já hoje, as equipas docentes manifestam a sua preocupação, 33% consideram que os computadores portáteis e os tablets podem ter um efeito prejudicial na aprendizagem.

Pelo contrário, em Portugal a grande maioria dos professores e das famílias (89%) refere os efeitos positivos da utilização de manuais escolares e fichas de trabalho impressas para as tarefas tradicionais da sala de aula. Estas estatísticas corroboram a crescente evidência académica de que os alunos (especialmente em idades mais jovens) aprendem melhor com materiais impressos do que com a utilização de ecrãs.

Especificamente, quando se pediu aos professores que reflectissem sobre o impacto que os tablets e os computadores portáteis podem ter na sala de aula, 79% dos professores apontaram um ou mais desafios associados aos ecrãs.

Mais de 28% afirma ter observado uma diminuição das competências de leitura, 23% confirmam uma redução da capacidade de reter conhecimentos, 25% referem uma redução da participação na sala de aula e 14% indicam que se verificou uma correlação com a redução da atenção nas aulas.

Mais de dois terços (67%) dos professores inquiridos de Portugal sublinham que os manuais tradicionais e as fichas de trabalho impressas melhoram as competências de leitura, enquanto 54% dos professores e 45% das famílias notam uma maior retenção de conhecimentos com materiais impressos.

Além disso, 49% dos professores e 52% das famílias portuguesas afirmam que estes materiais se adaptam melhor aos diferentes estilos de aprendizagem.

Consequentemente, 45% dos professores concordam que os departamentos e os decisores políticos devem interrogar-se se a introdução de computadores portáteis ou de tablets é uma boa opção e 67% dizem que não estão suficientemente próximos da realidade do ensino para fazerem as melhores recomendações.

É evidente que os contratos públicos no sector da educação devem ter em conta estes pontos de vista. Além disso, muitas famílias afirmam que o tempo de ecrã excessivo é uma das causas de discussões em casa. E 62% concordam que a utilização de computadores portáteis nas escolas dificulta a gestão do tempo de ecrã em casa, especialmente quando os trabalhos de casa têm de ser feitos em linha.

Na procura de soluções, mais de metade das famílias portuguesas (56%) e três quartos dos professores (75%) querem ver uma utilização mais equilibrada da tecnologia nas escolas, em que esta seja utilizada apenas para melhorar alguns aspectos do ensino e da aprendizagem e não apenas para o fazer. Isto exige uma abordagem híbrida da aprendizagem, em que os recursos digitais e em papel sejam utilizados em conjunto.

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