Quase 90% dos profissionais consideram que as mulheres estão sub-representadas na liderança

Um novo estudo da Robert Walters, que teve como objectivo de entender a situação actual das mulheres no mercado de trabalho na Península Ibérica, revelou que 88% dos profissionais consideram que as mulheres estão sub-representadas na liderança das organizações.

Apenas 34% das empresas inquiridas têm planos específicos para promover a diversidade de género durante o processo de selecção, desenvolvimento e retenção de colaboradores.

Por outro lado, 75% dos profissionais inquiridos pensam que as políticas de educação e formação sobre diversidade de género no ambiente de trabalho deviam ser implementadas. No entanto, apenas metade acredita que a gestão da diversidade de género na sua empresa é transparente ou aberta.

Segundo o estudo da Robert Walters, as empresas que não têm políticas claras relativamente à diversidade estão a ignorar um ingrediente-chave para o sucesso do seu negócio, que é a pluralidade da força de trabalho. Nesse sentido, as empresas enfrentam dois desafios principais: o primeiro, como desenvolver uma estratégia eficaz para garantir a diversidade de género no local de trabalho; o segundo, como comunicar essa estratégia aos seus colaboradores actuais e potenciais.

No que diz respeito à área responsável pela implementação e promoção de políticas de diversidade de género, 72% dos profissionais afirmaram que deve ser a direcção-geral da empresa, seguida do departamento de Recursos Humanos (26%) e marketing (2%).

Dois de cada três empresas utilizam métodos destinados a garantir a imparcialidade nos seus processos de selecção, 55% asseguram que as candidaturas são revistas por várias pessoas na empresa, e 24% optam pela formação dos responsáveis de contratação para que sejam imparciais em relação ao género, que é a medida considerada mais eficaz por 89% dos profissionais inquiridos.

O mesmo estudo indica que nove em cada 10 mulheres pensam que o melhor método para manter os profissionais comprometidos e satisfeitos com a organização é a existência de um caminho claro para a progressão de carreira. Além disso, 48% afirmam que ter um trabalho gratificante é sua principal prioridade profissional.

Perante uma mudança de trabalho, os aspectos relacionados com a flexibilidade laboral são os mais determinantes. Grande parte das mulheres valoriza medidas mais atraentes de conciliação da vida pessoal com a profissional (74%), horários flexíveis ou a possibilidade de trabalhar a partir de casa (61%), aspectos tão importantes ao decidir começar um novo projecto profissional.

Outros factores-chave numa mudança de trabalho incluem um ambiente colaborativo e de trabalho em equipa (63%), bem como um espaço para expressar opiniões livremente (56%).

Da mesma forma, 57% das mulheres mudariam de emprego por uma melhor política de maternidade. Não obstante, 63% acreditam que o facto de terem optado por uma medida de conciliação abrandou ou pode abrandar a sua projecção profissional.

O estudo foi feito em Espanha e Portugal a 700 profissionais em posições de gestão de distintas áreas e a 300 responsáveis de selecção em empresas de diferentes sectores, com o objectivo de entender a situação actual das mulheres no mercado de trabalho na Península Ibérica.

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