Quase metade das empresas não tem condições para se manter em actividade por mais de dois meses

Quase metade (48%) das empresas diz só conseguir manter-se em actividade, por mais dois meses sem medidas adicionais de apoio à liquidez, sendo que 10% reportaram não ter condições para se manter por mais de um mês. Os dados são do segundo Inquérito Rápido e Excepcional às Empresas (COVID-IREE) do Instituto Nacional de Estatística (INE) e do Banco de Portugal.

 

Estas percentagens são mais expressivas no grupo das empresas de micro e pequena dimensão. Por sector, volta-se a destacar o Alojamento e restauração.

Os resultados da segunda semana de inquirição (semana de 13 a 17 de Abril de 2020) confirmam os desenvolvimentos devido à pandemia identificados na semana anterior. A percentagem de empresas respondentes que referiram que a pandemia implicou uma diminuição no volume de negócios manteve-se elevada (80%, proporção igual à apurada na semana anterior).

Essa redução foi superior a 50% numa grande parte das empresas respondentes (39%). Como factores com muito impacto para a redução no volume de negócios, foram referidos mais frequentemente pelas empresas a ausência de encomendas/clientes e as restrições no contexto do estado de emergência.

Os dados do inquérito, que tem como objectivo identificar os efeitos da pandemia na actividade das empresas, mostram ainda que 60% das empresas reportaram reduções no pessoal ao serviço efectivamente a trabalhar, sendo que um quarto referiu uma redução superior a 50%. Face à semana anterior, verifica-se uma estabilização da percentagem de empresas que referiu uma redução do pessoal ao serviço, mas uma maior proporção de empresas a recorrer ao lay-off simplificado (51% face a 48% na semana anterior).

As micro empresas e as empresas do sector do Alojamento e restauração referiram mais frequentemente reduções superiores a 75% quer do volume de negócios quer do pessoal ao serviço.

Uma nova questão do inquérito revela em que medida as empresas adaptaram a sua actividade em resultado da pandemia, sendo que quase 30% das empresas inquiridas referiram a diversificação ou modificação da produção e 21% referiram a alteração ou reforço dos canais de distribuição.

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