Quer ajudar os colaboradores a ter um melhor desempenho? Especialistas identificam três tácticas (simples) que devem adoptar

A maioria dos líderes deseja que os seus colaboradores tenham um alto desempenho. Contudo, nem todos criam um ambiente onde isso seja possível. A CNBC Make It partilha três tácticas simples de especialistas que vão ajudar a aumentar os níveis de performance.

De acordo com um inquérito de 2020, da Society for Human Resource Management, 84% dos trabalhadores norte-americanos afirmam que os seus gestores são responsáveis pela criação de trabalho desnecessário e pelo aumento do stress no trabalho. Cenários como esse contribuem para que 40% dos profissionais se sintam esgotados, revela uma pesquisa recente do Future Forum.

Um grupo de especialistas partilhou recentemente, na NeuroLeadership Summit em Nova Iorque, três tácticas simples que uma pequena minoria de líderes está a usar para ajudar as suas pessoas a ter um melhor desempenho.

Mínimo de dias de férias

A maioria dos locais de trabalho nos EUA tem férias limitadas. O trabalhador médio recebe de 10 a 14 dias de férias por ano após um ano de trabalho, segundo o Bureau of Labor Statistics dos EUA.

As organizações devem repensar essa abordagem, afirma Christy Pruitt-Haynes, Global head de talento e desempenho do NeuroLeadership Institute.

«Há várias organizações com quem trabalhamos que, em vez de terem férias limitadas, dirão mínimo de férias, o que é um conceito interessante. O limite máximo está lá, mas o colaborador precisa de tirar, no mínimo, duas semanas de descanso», esclarece.

Em alguns casos, as empresas exigem até que pelo menos cinco dias de férias de cada colaborador sejam gozados consecutivamente, ou seja, uma “semana inteira” obrigatória de férias, disse Pruitt-Haynes.

«[Isso revela] não só que nos preocupamos com o colaborador, mas também nos preocupamos na medida em que estamos a assegurar que tem o descanso mental de que precisa», revela.

Diga “não” ao trabalho durante as férias

Desconectar-se do trabalho durante o período de descanso pode ser difícil. De acordo com um relatório de 2022 da Glassdoor, 54% dos trabalhadores nos EUA dizem que não conseguem ou não devem parar completamente de trabalhar durante as férias.

Uma forma de ajudar, seja líder ou colega: guarde os seus e-mails ou telefonemas relacionados com trabalho até que eles regressem, afirmou Rebecca Port, chief People officer da empresa de biotecnologia 10x Genomics.

«Trabalhei em [organizações] onde tirava o que chamamos de ‘licença em bloco’, que durava duas semanas, e não era permitido verificar e-mails ou fazer qualquer aprovação. [Isso obrigava os colaboradores] a fazerem uma pausa mental», recorda Port.

Os colaboradores também podem assumir a sua própria posição contra o trabalho durante as férias, explicou Jonny Edser, managing director da empresa de formação Wildgoose USA, à CNBC Make It no ano passado. Desligue todos os dispositivos da empresa enquanto estiver fora e planeie dias de férias preenchidos para não pensar no trabalho, aconselhou ele.

Lidere pelo exemplo

54% dos gestores não utilizam todo o seu tempo livre, revela um relatório do Pew Research Center, e 46% dos trabalhadores também não.

Os gestores não querem ser vistos como ausentes e os colaboradores podem ter receio de ser julgados com maior severidade do que os seus colegas que estão sempre no escritório. Por isso, os líderes precisam de estabelecer um padrão visível, disse Julianne Ugo, directora sénior de Pessoas da Premier Nutrition.

«[Os locais de trabalho] até podem ter férias obrigatórias de duas semanas, mas se o líder continuar a enviar trabalho ou à espera que o colaborador responda [durante as férias], isso obviamente diminuirá o impacto dessa obrigatoriedade», explica Ugo. «Portanto, é importante que os líderes dêem o exemplo.»

Líderes que priorizam «a necessidade e a importância do tempo de inactividade e descanso mental» colhem benefícios significativos, disse Pruitt-Hayes, «colaboradores felizes têm melhor desempenho, o que é uma vitória para todos».