Quer alcançar 100% do seu potencial? Tem de desafiar o seu cérebro…

E se… pudesse alcançar 100% do seu potencial, desafiando a sua mente e o seu cérebro? Pudesse remover os obstáculos que estão no seu caminho? Pudesse criar um ambiente mais produtivo?

 

Por Marco Neves, Managing partner da Next Neuro Generation leader. Autor, palestrante e coach executivo

 

Este percurso para o sucesso, terá de melhorar o foco e a autoconsciência, duas das competências determinantes para explorar ao máximo o seu potencial e o da sua equipa. Vamos para já falar na primeira competência – o foco.

Será abordada através da partilha de diferentes exercícios diários, incluindo uma técnica dos Navy Seals, que permite aumentar a densidade de atenção focada. Utilizando uma abordagem que explica, passo a passo, o funcionamento das técnicas e como é que elas afectam o cérebro, irá ter a oportunidade de experimentar e sentir os benefícios reais das mesmas.

 

Compreender a neurociência envolvida
A chave para ter sucesso passa, em primeiro lugar, por entender a neurociência envolvida. Os indivíduos têm dois modos distintos de interagir com o ambiente, utilizando dois circuitos diferentes de redes neurais [1]. Um destes é chamado circuito narrativo, onde os indivíduos fazem a ligação de experiências subjectivas ao longo do tempo. Esta rede inclui regiões cerebrais auto-referenciais, como o córtex pré-frontal medial, as áreas de linguagem do hemisfério esquerdo e regiões de memória, como o hipocampo.

Neste estado gerador de narrativa, há uma tendência bem estabelecida para a mente vaguear e se distrair do momento presente. Isso acontece quando o indivíduo está a pensar e a planear, a definir estratégias e metas, a relembrar memórias e histórias, a sonhar acordado ou a ter pensamentos ruminantes.

Como proposto por William James, este é o “eu” no tempo, criando uma narrativa baseada no passado e em projecções futuras, envolvendo outras pessoas nesta narrativa. Por exemplo, se estiver numa reunião, pode encontrar-se a pensar sobre o relatório que tem de preparar para o seu chefe, e se vai conseguir terminar a tempo. Não vai estar atento às informações que estão a ser apresentadas no momento.

Esta é a sua rede narrativa em acção. Está a pensar na sua história e no seu futuro, envolvendo todas as pessoas que conhece e que vão contribuir para a narrativa. Esta rede está activa a maior parte do tempo que está acordado e não precisa de muito esforço para operar.

O segundo, chamado circuito do momento, é centrado nas experiências no momento imediato. Esta rede inclui regiões do cérebro que se tornam mais activas quando está a experimentar informações sensoriais em tempo real. Incluem as áreas ínsula e somatossensorial, regiões envolvidas na percepção das nossas sensações corporais actuais, bem como do nosso ambiente externo.

Este é o “eu” no momento presente, que apoia o autofoco mesmo perante o preconceito da geração narrativa.

Esses dois circuitos estão inversamente correlacionados, ou seja, quando está a experimentar um dos circuitos, o outro é menos activo [2]. Infelizmente, provavelmente uma percentagem significativa de pessoas tem dificuldade em distinguir estes dois caminhos. Como tal, estas redes normalmente não são geridas activamente, e os indivíduos são mais propensos a tomar automaticamente o caminho narrativo, dado que o circuito do momento é mais difícil de percorrer.

A boa notícia: no estudo citado [1], as pessoas que praticavam a utilização regular da rede no momento tinham uma diferenciação mais forte entre os dois caminhos. Com a prática, conseguiram detectar em que caminho estavam a qualquer momento e podiam alternar entre os mesmos de forma fluída.

 

Leia o artigo na íntegra na edição de Maio (nº. 161) da Human Resources, nas bancas.

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