Recrutamento de mulheres para cargos de direcção cresceu 8% nos últimos cinco anos

Entre 2010 e 2015, o número de profissionais do género feminino contratadas para posições directivas nas empresas aumentou de 24% para 32%, revela uma análise da consultora de Recrutamento Michael Page, representando, no ano passado, cerca de 1/3 das contratações para esses cargos.

Em 2015, as mulheres foram recrutadas principalmente para direcções de RH (34%), de Administração e Finanças e de Compras (ambas com 25%), de Operações e Médica (ambas com 8%). Estes contratações aconteceram maioritariamente para o sector de Serviços e Healthcare (50%), seguido do Retalho (18%). Em termos de idade, esta ronda os 40 anos, «uma média muito semelhante àquela verificada entre a percentagem de homens recrutados, no mesmo período, para estes cargos», revela Sílvia Nunes, senior executive manager da Michael Page.

Segundo a responsável, «as profissionais recrutadas para cargos de direcção apresentam geralmente perfis muito organizados, com elevada capacidade de multi-tasking, mas também elevado nível de pensamento estratégico, tal como elevados níveis de eficiência na relação horas de trabalho/produtividade.» Outra característica pela qual as profissionais do género feminino se destacam é a «capacidade de abordar as questões mais sensíveis com um binómio razão/emoção bastante equilibrado», acrescenta.

Sílvia Nunes alerta, no entanto, que existe ainda um lado menos positivo revelado pela análise realizada durante os processos de recrutamento e que se prende com «o papel atribuído à mulher na família – papel esse que em grande parte dos casos não é ainda igualmente dividido» e que, por isso, continua a constituir um desafio à contratação. «Especialmente no caso de mulheres com filhos, surgem dificuldades acrescidas para estas profissionais relativamente à conciliação da vida pessoal e profissional, nomeadamente em conciliar viagens de negócios», explica.