Rentabilidade das empresas volta a diminuir ligeiramente em 2019

A rentabilidade das empresas diminuiu ligeiramente em 2019, tal como já tinha acontecido em 2018, segundo os indicadores económico-financeiros das empresas não financeiras hoje divulgados pelo Banco de Portugal.

O banco central divulgou hoje os quadros do sector relativos a 2019 (antes da crise desencadeada pela COVID-19), que incorporam os dados recolhidos na Informação Empresarial Simplificada.

Segundo os dados do Banco de Portugal, a rendibilidade do activo (que mede o EBITDA [lucros antes de juros, impostos, depreciações e amortizações] em percentagem do activo) das empresas não financeiras fixou-se em 7,5% em 2019, menos 0,3 pontos percentuais do que em 2018.

Também a rendibilidade dos capitais próprios (resultado líquido em percentagem do capital próprio) apresentou uma redução de 1,1 pontos percentuais para 7,2% em 2019.

Quanto à autonomia financeira das empresas (capital próprio em percentagem do activo), esta aumentou 1,3 pontos percentuais para 36,5%.

Ainda em 2019, o custo da dívida (que mede os gastos de financiamento em percentagem dos financiamentos obtidos) permaneceu idêntico ao do ano anterior, situando-se em 3,2%.

Também em valores estáveis face a 2018 se mantiveram o rácio de cobertura de gastos de financiamento (EBITDA face a gastos de financiamento) e o rácio de financiamentos obtidos sobre o EBITDA (7,1 e 4,4, respetivamente).

Segundo o Banco de Portugal, em 2019, a proporção de empresas com capital próprio negativo era de 25,5% (menos 0,9 pontos percentuais face a 2018), sendo 14,2% a proporção de empresas com gastos de financiamento superiores ao EBITDA (menos 0,3 pontos percentuais).

Contudo, houve um aumento das empresas com EBITDA negativo (eram 31,1% do total, mais 0,2 pontos percentuais do que em 2018) e com resultado líquido negativo (eram 37%, mais 0,2 pontos percentuais).

Já analisando por dimensão, em 2019, havia 469 mil empresas não financeiras com sede em Portugal, mais 3,1% do que em 2018.

As microempresas representavam 89% do total das empresas e 16% do volume de negócios agregado.

Já as grandes empresas representavam 0,3% do total de empresas, mas 42% do volume de negócios.

A maior parte das empresas tinha sede na região Norte (33%) e na Área Metropolitana de Lisboa (33%), seguindo-se a região Centro (19%).

A Área Metropolitana de Lisboa era, em 2019, aquela que mais gerava volume de negócios (46% do total), seguida de Norte (28%) e Centro (16%).

O Norte destacava-se no sector da indústria (51% das empresas do setor estão no Norte) e tinha também uma grande proporção de empresas de construção e comércio (36% de ambos os sectores).

Já a Área Metropolitana de Lisboa tinha o maior número de empresas dos outros serviços (41% do total) e o Alentejo o maior número de empresas do sector agricultura e pescas (32% do total).

Ler Mais