Responsáveis da EDP, Tabaqueira, Navigator e Sogepoc são unânimes: Portugal não está a conseguir reter talento

A conferência “Investir em Portugal: Transformação, Inovação e Competitividade”, organizada pelo Iscte Executive Education, reuniu representantes da EDP, Navigator, Sogepoc e Tabaqueira, com o objectivo de debater o estado da competitividade da indústria transformadora em Portugal.

 

A abertura da conferência coube a Eurico Brilhante Dias, líder do Grupo Parlamentar do PS, e contou com a presença de várias figuras da política nacional e empresarial. O foco inicial, a análise da evolução do estado da indústria em Portugal, as oportunidades resultantes da internacionalização das empresas e da captação de investimento estrangeiro, e os desafios existentes em reter empresas, foi o mote para as intervenções seguintes.

Rui Vinhas da Silva, membro da Comissão Executiva do Iscte Executive Education, aprofundou o tema, focando-se no que de bom e menos bom se faz no nosso país a nível de gestão e competitividade. De acordo com Vinhas da Silva, se por um lado é feito um excelente trabalho a nível de infraestruturas e logística, no que respeita ao investimento em transparência, ética, pessoas e inovação, há um longo caminho a percorrer.

A propósito de investimento em pessoas, surge o tema da atracção e retenção de talento em Portugal, aprofundado pelo painel de debate moderado pela jornalista Isabel Canha e constituído por Mafalda Vasconcelos (EDP), Marcelo Nico (Tabaqueira), Nuno Fernandes Thomaz (Sogepoc) e Vítor Coelho (Navigator): não se pode continuar a pagar salários abaixo de mil euros a recém-licenciados, que investiram em formação superior de qualidade, sendo esta valorizada e apreciada por empresas estrangeiras, que reconhecem a qualidade destes profissionais e rapidamente os contratam.

Neste painel, a opinião foi unânime: é cada vez mais difícil conseguir mão-de-obra qualificada, porque aquela que formamos está a sair do país.

José Crespo de Carvalho, presidente do Iscte Executive Education, afirma «estamos a exportar, pela primeira vez e como nunca, alunos do ensino superior. Há grandes empresas internacionais que os vêm buscar a Portugal e, se nós portugueses, não os reconhecemos como bons, pois que os grandes os venham buscar. Que haja alguém que lhes dê valor.»

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