Rita Cadillon, Cegid: Mente sã, trabalho produtivo

A saúde mental e o bem-estar no trabalho têm ocupado cada vez mais as agendas das organizações. Não obstante terem de se adaptar às exigências do mercado, torna-se evidente que o investimento em práticas de gestão centradas nas pessoas é, sem dúvida, um investimento no futuro da empresa.

 

Por Rita Cadillon, head of People & Culture na Cegid (Portugal e África)

 

No contexto corporativo moderno, a intersecção entre a saúde mental e o desempenho profissional tem ganho um novo foco. As empresas enfrentam o desafio de se adaptarem às exigências do mercado, onde o bem-estar dos colaboradores tem um papel preponderante no sucesso das organizações.

A crescente consciência sobre a importância da saúde mental no local de trabalho trouxe à tona práticas inovadoras na área de gestão de Recursos Humanos. O investimento em soluções tecnológicas de gestão de pessoas proporciona uma visão integral do desempenho, das competências e do estado anímico dos colaboradores, permitindo uma análise detalhada do impacto do ambiente de trabalho nos resultados das organizações.

Estudos revelam que o multitasking – uma competência muitas vezes valorizada pelas empresas – pode, na realidade, ser prejudicial à produtividade. As interrupções constantes e a exigência de realizar várias tarefas complexas ao mesmo tempo geram lapsos que afectam a atenção e aumentam o risco de burnout. Da mesma forma, os colaboradores que trabalham em modelos híbridos tendem a ser mais produtivos, uma vez que o contexto de escritório open space pode comprometer a concentração em determinadas tarefas.

A valorização das competências individuais e a adaptação a modelos de trabalho flexíveis, como o remoto e o híbrido, têm demonstrado ser soluções eficazes para incrementar a satisfação e a produtividade dos colaboradores. Estratégias como o quiet hiring, que enfatizam a realocação de talentos internos em posições onde possam maximizar o seu potencial, reflectem uma abordagem mais humanizada e estratégica na Gestão de Pessoas.

Da mesma forma, a implementação de planos de desenvolvimento pessoal e de aquisição contínua de competências, bem como de sistemas diversificados de valorização e remuneração, representam um avanço significativo no reconhecimento e na retenção de talento. Estas iniciativas conseguem amenizar os sentimentos de desmotivação e promover uma cultura organizacional saudável, de crescimento e evolução contínua.

A saúde mental não é meramente um assunto de responsabilidade social corporativa, mas sim uma alavanca estratégica para o sucesso das empresas. O investimento em locais de trabalho saudáveis e em práticas de gestão centradas nas pessoas é, sem dúvida, uma aposta no futuro da organização e no bem-estar dos seus colaboradores: mente sã, trabalho produtivo.

 

Este artigo foi publicado na edição de Junho (nº. 162) da Human Resources, nas bancas.

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